Missa do Papa no México terá línguas e tradições indígenas

Celebração que Francisco vai presidir em San Cristóbal de las Casas será caracteriza pela cultura indígena nativa do local

Da Redação, com Rádio Vaticano

As línguas e demais aspectos da tradição indígena caracterizarão a Missa que o Papa Francisco vai presidir na visita a San Cristóbal de las Casas, em 15 de fevereiro próximo, informou o bispo diocesano, Dom Felipe Arizmendi Esquivel. A Missa faz parte da programação da viagem de Francisco ao México de 12 a 17 de fevereiro de 2016.

Dom Felipe antecipou que as leituras da Missa seguirão a liturgia do dia, da segunda-feira da primeira semana da quaresma. “A primeira leitura será em ch’ol, o Salmo em Tsotsil e castelhano e o Evangelho em Tzeltal. Ao final da homilia, será feito um breve resumo em tseltal y tsotsil”, disse o bispo sobre as línguas utilizadas na celebração.

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A mitra, a casula e o báculo a serem usados pelo Santo Padre terão motivos indígenas. O incensário, por sua vez, será um sahumar de barro e o Pai Nosso será cantado em Tsotsil. Para a celebração, já estão definidos os espaços para 90 mil pessoas, sendo 10 mil sentadas, que serão os indígenas, posicionados em frente ao altar maior. As demais estarão em pé, incluindo o bispo diocesano.

Cantos

No documento “Visita do Papa a San Cristóbal de las Casas”, Dom Arizmendi Esquivel detalhou a apresentação dos cantos da Missa: “Acteal” para as boas-vindas; Los Mariachis de Tenejapa, Cancuc y Bachajón para o Ato Penintencial, “Santo, Cordero” e mais um para a comunhão. Farão parte também a marimba da família Díaz, além da presença de duas bandas de crianças da Prelazia de Mixe, que entoarão cantos para o ofertório e a comunhão, enquanto o Mariachi Nuevo Tecalitlán ambientará alguns momentos antes e depois da Missa.

Sobre o ofertório, Dom Felipe adiantou que participarão da procissão uma família tojolabal, que levará as hóstias; uma família zoque, que levará o vinho e a água e uma família mestiça. A coleta será feita para levantar fundos para construir novos albergues destinados a migrantes na Fronteira Comalapa e em Salto de Água.

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“O Papa concordou e foi aprovado pela secretaria-geral da CEM, que a coleta que será feita em nossa Diocese, em 17 de janeiro de 2016, não será destinada para os gastos da visita, mas aos novos albergues para imigrantes”, precisou o Bispo de San Cristóbal de las Casas.

Almoço com indígenas

Após a Santa Missa, o Papa almoçará na Sala Capitular da Cúria com 8 indígenas, acompanhado por Dom Arizmendi Esquivel e pelo bispo coadjutor, Dom Enrique Díaz. Após o encontro com enfermos idosos na Catedral, o Papa visitará, no mesmo local, o túmulo do bispo da Diocese de los Altos, de Chiapas, Dom Samuel Ruíz García.

Dados sobre a realidade local entregues ao Papa

Dom Felipe Arizmendi indicou que em recente audiência privada que teve com o Papa no Vaticano, entregou a ele os dados mais relevantes da realidade local para que o Pontífice tenha as informações necessárias ao “preparar a homilia”.

No documento “Visita del Papa a San Cristóbal de las Casas”, o bispo também enfatizou que se confirma que a visita do Papa ao México é pela Virgem de Guadalupe e para estar próximo das pessoas e dos lugares onde existe maior necessidade: indígenas em San Cristóbal; violência em Michoacán e migrantes en Ciudad Juárez. Os encontros com famílias, crianças, jovens, políticos, bispos, religiosas, sacerdotes e outras pessoas são importantes, porém, não são a razão primeira de sua visita, observou.

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