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Migrantes: uma realidade de sofrimento para muitos venezuelanos

Em um comunicado oficial, os bispos venezuelanos reforçam os desejos do Papa e pedem proteção aos migrantes de todo o mundo

Da redação, com Agência Fides

Por falta de condições, muitos venezuelanos precisam morar nas ruas de Roraima / Foto: Nacho Doce – Reuters

Por ocasião do 106º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado celebrado no domingo, 27, a Rede Latino-americana e do Caribe para a Pastoral de Migrantes e Refugiados (Red Clamor) publicou uma mensagem dirigida ao “povo santo de Deus que peregrina na América Latina e no Caribe”.

O texto assinado pela Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) reforça o convite do Santo Padre: “O Papa propõe o tema desta Jornada a partir de seu conhecimento da realidade do sofrimento e dor de tantos migrantes no mundo e, principalmente, da América Latina e do Caribe. Milhares e milhares de pessoas tiveram que fugir de sua terra natal para ir a outros lugares em busca de um padrão de vida melhor e até mesmo para salvar suas vidas”, lê-se no texto.

“Diante da falta de proteção, do medo e da incerteza de milhares de deslocados (…), a Igreja, que em sua profecia também é mãe, convida todos a se aproximarem dos deslocados para conhecê-los e compreendê-los”, continua a mensagem.

Na América existe uma realidade muito particular também no que diz respeito à ecologia integral, que sofre com grandes movimentos devido a desastres naturais (furacões, terremotos), por acidentes humanos em grande escala, como a contaminação da água, terra e ar, como no último caso de Brumadinho, no Brasil, em que morreram quase 300 pessoas.

A Red Clamor é uma organização que reúne homens e mulheres comprometidos em acompanhar, defender, promover e incluir os deslocados, migrantes e refugiados na região da América Latina e Caribe. Promovido pelo Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM), inspirado por uma espiritualidade encarnada de comunhão e participação, busca ouvir o grito (clamor) de pessoas forçadas a se mover e se empenha em valorizar carismas, recursos e experiências de compromisso eclesial em realidades e instituições que acompanham migrantes, refugiados, pessoas deslocadas e vítimas de tráfico de pessoas.

A situação na Venezuela foi acompanhada por integrantes do Red Clamor de uma maneira particular: cerca de 4 milhões de venezuelanos estavam espalhados pelos países latino-americanos. Segundo dados do ACNUR (agência da ONU dedicada aos refugiados), a Colômbia tem 1,3 milhão de venezuelanos, o Peru 768 mil, o Chile 288 mil, o Equador 263 mil, a Argentina 130 mil e o Brasil 168 mil. Mas a imprensa local informa que esses números estão abaixo da realidade.

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