"A própria Igreja, embora exposta aos influxos negativos do mundo, encontra em Maria a estrela para se orientar e seguir a rota indicada por Cristo", ressaltou nesta terça-feira, 8, o Papa Bento XVI.
Durante a recitação do Ângelus, por ocasião da Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, o Papa também lembrou que Maria é a Mãe da Igreja, como proclamaram solenemente o Papa Paulo VI e o Concílio Vaticano II.
O Sumo Pontífice classificou essa solenidade como "uma das mais belas festas" de Nossa Senhora. Bento XVI colocou duas perguntas a esse propósito: "O que significa que Maria é 'Imaculada'? E o que este título diz para nós?"
"Uma resposta vem, antes de tudo, dos textos bíblicos da liturgia deste dia. Depois do pecado original, Deus dirige-se à serpente, que representa Satanás, amaldiçoa-a e acrescenta a promessa: 'Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a sua, esta te pisará a cabeça e tu a atingirás no calcanhar'.
O Papa continua: "É o anúncio de uma revanche: nos primórdios da criação, Satanás parece ter prevalecido, mas virá um filho de mulher, a qual lhe esmagará a cabeça. Assim, mediante a descendência da mulher, o próprio Deus vencerá. Esta mulher é a Virgem Maria, da qual nasceu Jesus Cristo que, com o seu sacrifício, derrotou de uma vez para sempre o antigo tentador".
É por isso que, em tantos quadros e imagens da Imaculada – observou ainda o Papa – , ela é representada no ato de esmagar uma serpente sob os seus pés.
Sempre obediente à vontade do Senhor, plenamente à disposição do projeto divino, Maria "é a nova Eva, a verdadeira mãe de todos os viventes, isto é, de todos os que, pela fé em Cristo, recebem a vida eterna".
O Papa também comentou o episódio da Anunciação. Referindo-se à Virgem Maria, ele disse:
"Ela aparece como a humilde e autêntica filha de Israel, verdadeiro (monte) Sião, em que Deus quer pôr a sua morada. É o rebento do qual deve nascer o Messias, o Rei justo e misericordioso.
Na simplicidade da casa de Nazaré vive o resto puro de Israel, do qual Deus quer fazer renascer o seu povo, como uma nova árvore que estenderá os seus ramos pelo mundo inteiro, oferecendo a todos os homens frutos bons de salvação".
Contrariamente a Adão e Eva – acrescentou o Sumo Pontífice – , "Maria permanece obediente à vontade do Senhor, e é com todo o ser que ela pronuncia o seu sim e se coloca plenamente à disposição do projeto divino".
Quando experimentarmos a nossa fragilidade e a sugestão do mal, Bento XVI convida a se dirigir a Maria, para que o nosso coração receba luz e conforto. "E no meio das provações da vida, nas tempestades que fazem vacilar a fé e a esperança, recordemo-nos que somos seus filhos e que as raízes da nossa existência se encontram na infinita graça de Deus".
O Papa concluiu recordando que, nesta tarde, junto da imagem da Praça de Espanha, confiará à Virgem imaculada todos e "cada um, as nossas famílias e comunidades, toda a Igreja e o mundo inteiro".
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