Desde de setembro de 2015, mais de 340 crianças refugiadas morreram ao tentarem atravessar o mar Mediterrâneo
Da redação, com ONU
Apesar de não se ver tantas notícias sobre o assunto na grande mídia, a questão dos refugiados ainda assola a humanidade, e muito. Desde setembro de 2015, mais de 340 crianças refugiadas e migrantes se afogaram no Mar Mediterrâneo, tentando cruzar o oceano rumo à Europa.
Os números, divulgados pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela OIM, indicam que, em média, a travessia do Mediterrâneo mata dois jovens por dia. A maioria dessas vítimas é de bebês e crianças de até três anos. A tendência é que a quantidade de mortos aumente cada vez mais.
Atualmente, as crianças somam 36% dos que se deslocam em direção ao continente europeu. Apenas nas seis primeiras semanas de 2016, mais de 80 mil pessoas aportaram na Europa, segundo informações recentes liberadas pelo ACNUR.
De acordo com os organismos internacionais, o trecho do Mar Egeu entre a Turquia e a Grécia está entre os caminhos mais arriscados do mundo para refugiados e migrantes. As adversidades do inverno europeu, que tornam o oceano mais agitado, a superlotação dos barcos e a precariedade das embarcações e dos equipamentos de salvamento elevam o risco de naufrágios e acidentes.
Voluntários gregos ajudam uma criança que estava em um barco recém-chegado a Lesbos, na Grécia, após ter atravessado o mar Egeu a partir da Turquia.
“Nós podemos não ter a capacidade, agora, para acabar com o desespero que leva tantas pessoas a tentar atravessar o mar, mas países podem e devem cooperar para tornar essas jornadas perigosas mais seguras”, afirmou o diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake.
O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, destacou que as “trágicas mortes no Mediterrâneo são insustentáveis e têm que parar”.
“Claramente, mais esforços são necessários para combater o contrabando e o tráfico (humanos). Da mesma forma, como muitos dos adultos e crianças que morreram estavam tentando se juntar a parentes na Europa, a organização de caminhos para que as pessoas viajem legalmente e com segurança, através de programas de reassentamento e reunião familiar, por exemplo, devem ser uma prioridade absoluta, se quisermos reduzir o número de mortes”, disse.
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