Além de toda a assistência material básica, a Igreja investe em educação para alcançar a paz na Ucrânia: “Se não conseguirmos garantir uma educação para esta geração, então teremos que reconhecer que a guerra venceu”.
Ronnaldh Oliveira
Da Redação, com Agência Info ANS
A invasão da Ucrânia e os bombardeios completam 60 dias nesta sexta-feira, 22, e o conflito já provocou a saída de mais de 11,3 milhões de refugiados, dos quais mais de 4,3 milhões para países vizinhos. Diante dessa realidade, a Igreja não titubeou e continua na linha de frente para a conquista da paz.
Através de seus organismos como a Caritas Ucrânia (expressão da Igreja Greco-Católica de Rito Bizantino), a Caritas Spes (expressão da Igreja Católica Latina) e as congregações presentes no país, a Igreja permanece firme em sua atuação no cuidado com a população ucraniana. De modo particular, os salesianos continuam com prioridade no atendimento das crianças e adolescentes, alguns dos quais órfãos, e com as muitas mulheres e idosos que fogem da guerra. A todas estas pessoas, os Filhos de Dom Bosco continuam a oferecer ajuda de emergência e atenção psicológica, moral e espiritual, além de educação e transporte para chegar a amigos e familiares.
Os auxílios
A distribuição de alimentos, medicamentos, roupas, chuveiros, material de higiene e outros itens de necessidades básicas são diária nas áreas mais afetadas, como Kharkiv, Dnipro, região de Lugansk e Donetsk usando a ampla rede de centros de serviços que foram criadas ao longo do tempo. O atendimento se expande aos refugiados que chegam às diversas Inspetorias salesianas da Polônia e de outros países próximos ao cenário da guerra.
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A Caritas tem também investido grande atenção junto aos menores alojados em 22 casas-família ou em orfanatos públicos. A rede Caritas também criou 5 Child Friendly Spaces, estruturas adicionais, no oeste do país, para acolher, cuidar e educar menores que fogem da guerra.
A educação para as novas gerações
Inna é professora numa escola primária em Zhytomyr. “Eu moro e trabalho na Ucrânia, a maioria das minhas aulas ocorrem entre um ataque aéreo e outro. Para poder transmitir as aulas, eu uso meu celular, o que não é tão simples como vocês pensam… me ajudaria muito ter um ‘laptop’. Mas, de qualquer forma, procuro fazer tudo o que posso por meus alunos, pela minha escola e pelo meu país… Mesmo quando, durante as aulas, se ouve o som das explosões ao fundo, eu continuo a trabalhar…”.
É pensando nestas situações que a Inspetoria Salesiana “Santo Tomás de Canterbury” (GBR) lançou uma campanha de angariação de fundos para a compra de computadores portáteis e dispositivos informáticos em favor dos jovens refugiados ucranianos e dos professores que permaneceram na Ucrânia para ensinar.
“O valor integral dos fundos arrecadados será utilizado para apoiar as crianças ucranianas, os professores e a administração escolar… Começaremos por ajudar aos alunos das escolas de Zhytomyr e Odessa”, dizem os organizadores da campanha. Eles também afirmam: “Se não conseguirmos garantir uma educação para esta geração, então teremos que reconhecer que a guerra venceu”.
Enquanto isso, nos países que confinam com a Ucrânia, os refugiados são alvo de atenção nas escolas e nos oratórios salesianos. Nesses locais, recebem educação e iniciativas de lazer, que visam proporcionar uma aparente normalidade. Aqueles que estão hospedados nos centros de acolhimento diocesanos e religiosos recebem alojamento, alimentação e toda a ajuda necessária (atividades esportivas, assistência psicológica e espiritual 24 horas por dia visando ajudá-los a superar os traumas da guerra).