Terra Santa

Igreja palestina em festa com anúncio de duas novas santas

Patriarca Latino de Jerusalém destaca a alegria da Terra Santa pela canonização de duas religiosas palestinas; “Luz e consolo” em meio às dificuldades, afirmou

Da redação, com Rádio Vaticano

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Dom Fouad Twal, Patriarca Latino de Jerusalém / Foto: Patriarcado de Jerusalém

O Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, expressou sua “imensa alegria e a alegria que toda a Terra Santa” pela canonização de duas mulheres palestinas da Diocese de Jerusalém. A Beata Maria Alfonsina, fundadora das Irmãs do Rosário, e a Beata Maria de Jesus Crucificado, fundadora do Carmelo de Belém, serão canonizadas no dia 17 de maio.

O anúncio foi feito pelo Papa Francisco, no último sábado, 14, durante o Consistório que criou 20 novos cardeais. Com a decisão, o Santo Padre satisfaz um anseio da comunidade católica local, que teve ocasião de expressá-lo em sua peregrinação à Terra Santa em maio de 2014. (2 LINKS)

Dom Twal destacou que as futuras santas “são a nossa luz e consolo, em meio às enormes dificuldades”.

O patriarca agradeceu a todos os que trabalharam para divulgar a vida das duas religiosas e convidou os fiéis a participarem das celebrações da canonização, em Roma e na Terra Santa (Jerusalém, Belém e Nazaré).

Preparativos

De acordo com o porta-voz do Departamento de Negociações da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), Xavier Abu Eid, “a medida reafirma uma vez mais o papel integral que os cristãos tiveram na história do povo palestino. Serão canonizadas duas pessoas vinculadas à educação, e cujas instituições existem até hoje na Palestina”.

Abu Eid adiantou que já foram iniciados os preparativos entre os governos da Palestina e da Santa Sé, “para fazer desta canonização o evento memorável que estas duas santas merecem”.

Paralelamente, o governo palestino deve enviar uma delegação de alto nível para participar dos atos oficiais. “Desde a Idade Média não havia um evento semelhante. Podemos dizer que são as primeiras duas santas palestinas canonizadas na História moderna”, conclui, orgulhoso, Wadie Abu Nasar, porta-voz do Patriarcado Latino de Jerusalém.

As duas novas santas

santas_jerusalemIrmã Maria de Jesus Crucificado nasceu, em 1846, na aldeia de Eblin, perto de Nazaré (hoje Israel). Seu nome de batismo era Mariam Baouardy. Ela foi criada em uma família católica greco-melquita, mas ficou órfã pequena e foi adotada por um tio paterno que se transferiu para Alexandria, no Egito.

Aos 13 anos, fugiu de casa para evitar ser forçada a se casar e, segundo seus biógrafos, teria se negado a se converter ao islamismo e sido punida com uma ferida na garganta.

Mariam foi cuidada por uma mulher que ela identificava como a Virgem Maria.

A esta religiosa foram atribuídos oito dons místicos. Residiu em Jerusalém, Beirute e Marselha, até chegar ao Carmelo de Pau, onde adotou o nome religioso e fundou, em 1875, com outras carmelitas, o Carmelo de Belém, cidade em que faleceu, em 1878. Foi beatificada por João Paulo II em 1983.

Maryam Sultanah Danil Ghattas, conhecida como María Alfonsina, nasceu Jerusalém, em 1843, e decidiu consagrar-se à vida religiosa aos 14 anos.

Sua missão, como afirmou Bento XVI ao beatificá-la em Nazaré, em 2009, foi através do ensinamento religioso: “Vencer o analfabetismo e elevar as condições das mulheres de seu tempo naquela terra onde Jesus exaltou a sua dignidade”.

Fundou escolas, albergues para religiosas na Galileia e graças a ela, as Irmãs do Rosário são consideradas como ‘braço direito’ do Patriarcado. Morreu em Ein Karem, sul de Jerusalém, em 1927.

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