A devoção ao Sagrado Coração de Jesus perpassa gerações e é uma grande resposta para as lacunas espirituais do início do século XXI
Ronnaldh Oliveira
Da redação
Junho começou e junto das festividades de Santo Antônio, São João e São Pedro, a Igreja evidencia e celebra o Sagrado Coração de Jesus. Geralmente lembrada todas às primeiras sextas-feiras do mês durante o ano, no próximo dia 24 a Liturgia será dedicada a esta devoção em todo o mundo.
Essa data é uma das três solenidades do Tempo Comum, dentro da liturgia da Igreja Católica, e é comemorada na segunda sexta-feira, após Corpus Christi.
O olhar atento ao Sagrado Coração de Jesus tem sua origem na Bíblia e foi uma das maneiras encontradas para falar do amor de Deus pelos homens que tem o seu extremo com a vinda de Jesus.
Os fiéis são convidados, a partir da devoção, a renovar concretamente seus compromissos na vivência amorosa e misericordiosa na família, comunidade e no serviço aos mais necessitados.
Testemunhos entre gerações
João Barbosa Mendes Neto, de 24 anos, natural de Surubim (PE), mas residente em São Paulo, pertence ao Apostolado de Oração há 13 anos. A partir do testemunho de vida e de oração dos devotos do Movimento, na comunidade que participava, foi impelido a conhecer mais a devoção.
“Participei durante nove sextas-feiras para receber a imposição da Fita e do Manual. Fui introduzido ao Movimento, a esta devoção bonita e a querer, no meu dia a dia, busca a santidade, conforme o coração de Jesus – Dá-me um coração igual ao teu”, diz o jovem.
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Maria Severina de Souza, de 88 anos, conheceu a devoção em 1948 em Campina Grande (PB). Mas foi em 1970, já em Osasco (SP), que começou oficialmente a participar do grupo. Até hoje, fiel às diretrizes do Apostolado da Oração, entendeu que era na experiência comunitária que encontraria “Jesus em meio a nós”.
“Essa devoção deve ser propagada com o nosso testemunho de vida cristã. Esse compromisso começa quando nos colocamos em unidade com o padre da Paróquia e colocar-se a serviço da paróquia, dos que precisam. Se houver mais uma pessoa, há Jesus em meio a nós e a devoção ao seu coração começa! Se permanecermos abertos, seguindo com fidelidade, outras pessoas virão”, afirma Maria.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus impele os seus devotos a uma verdadeira rede de oração pelo Papa, sacerdotes, jovens e todos os cristãos batizados, missionários em suas realidades.
João acredita que a propagação do amor ao Sagrado Coração de Jesus permeia um caminho seguro e uma resposta eficaz às inúmeras lacunas espirituais vividas por parcelas da sociedade hoje. “Entregar-se ao coração de Jesus é um caminho verdadeiramente seguro de encontro com o Cristo e com os irmãos. Em meio a tantas relativizações, a concretude do amor de Deus por nós no faz abraçar novos horizontes exteriores e interiores”, ressalta o jovem.
História
Em 1673, Santa Margarida Maria de Alacoque recebeu várias revelações de Jesus que a fizeram formar uma equipe de apóstolos a essa devoção. Em uma dessas revelações, Santa Margarida foi incumbida de pedir ao rei Luís XIV que consagrasse o Sagrado Coração de Jesus, colocando-o nas armas da França todas as vezes que fosse combater os inimigos da Igreja. A santa garantia ao rei que o Coração de Jesus o ampararia e conduziria o seu reinado a uma grande glória.
Mais do que o órgão vital, a devoção deve ser encarada como uma extensão da vontade e do propósito humano. É por ele que se expressa a santidade humana, a vontade, a alma e os pensamentos. É o símbolo que melhor demonstra a união de todos os sentimentos de uma pessoa. É nele que são guardados os desejos e os anseios mais sinceros.