As dioceses têm organizado reuniões para incentivar o diálogo e a unidade em busca de um caminho para a restauração do país.
Da Redação, com Agência Fides
A Igreja Católica na Bolívia continua seu compromisso de pacificar o país, após a apresentação dos pontos do acordo alcançado entre representantes da Conferência Episcopal Boliviana, a Organização das Nações Unidas e a União Européia no final do diálogo realizado nas últimas semanas. As dioceses têm organizado reuniões ou celebrações para incentivar a união entre a população.
A Arquidiocese de Sucre, por exemplo, celebrou nesta terça-feira, 26 , uma missa com a presença de numerosas instituições e grupos sociais. Foi a primeira vez que organizações camponesas, centros educacionais e grupos paroquiais se reuniram na catedral metropolitana de Sucre para rezar juntos pela paz e pela união da Bolívia.
Leia também:
.: No Angelus, Papa pede preces pela conturbada Bolívia
.: Em meio a protestos, Evo Morales renuncia à presidência da Bolívia
.: Bispos da Bolívia: “Não à violência, uma solução constitucional e pacífica”
A convite da Conferência Episcopal, que propôs “o diálogo como modo apropriado para superar as diferenças entre os bolivianos”, muitas comunidades cristãs celebraram a festa de Cristo Rei, no último domingo, com esses propósitos. Também as palavras do Papa Francisco sobre a Bolívia, ao retornar da viagem à Ásia, motivaram ainda mais o compromisso das comunidades católicas: “Existem governos fracos, muito fracos que não conseguiram trazer ordem e paz”.
De acordo com a Agência Fides, a ação da Igreja Católica tem contribuído, junto com outras instituições cristãs e de direitos humanos, com as iniciativas de ordem dos bolivianos. No país, os católicos são cerca de 76% da população, de acordo com publicações sobre religião na Bolívia. A presença de católicos têm marcado a atividade de instituições éticas, sociais e de direitos humanos
Do ponto de vista geopolítico, os primeiros acordos para negociar o futuro pacífico da Bolívia foram bem-sucedidos não apenas porque há uma lacuna institucional na Bolívia, mas porque o povo boliviano confia naqueles que se colocam no mesmo nível de vida e sofrimento que o povo, como os bispos, padres e religiosos
Um depoimento publicado pela Agência Fides, destaca os bons frutos do esforço da Igreja neste campo. Um cidadão boliviano ressalta que depois de tanta violência vista nos últimos meses, pode ver militares e jovens estudantes se ajoelharem: “Talvez seja a primeira vez que o povo defenda os militares da multidão enfurecida e os esconda nas casas. Vamos orar juntos porque, no final, somos irmãos bolivianos”.