42ª sessão do Conselho para os Direitos Humanos aconteceu ontem em Genebra e abordou documento sobre a Fraternidade Humana, assinado em Abu Dhabi pelo Papa Francisco
Da redação, com Vatican News
O “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum”, assinado em Abu Dhabi – nos Emirados Árabes Unidos – em 4 de fevereiro passado pelo Papa Francisco e o Grão Imã de Al-Azhar Al-Tayyb, esteve no centro de um encontro realizado nesta terça-feira, 17, em Genebra, no âmbito da 42ª sessão do Conselho para os Direitos Humanos.
O observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu na cidade helvécia, Dom Ivan Jurkovič, intervindo na reunião, leu uma mensagem do presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Dom Miguel Ángel Ayuso Guixot.
A fraternidade abarca todos
O texto ressalta que o Documento sobre a fraternidade humana é um “marco” no caminho do diálogo inter-religioso: marca o caminho percorrido juntos, mas é também “um ponto de partida”.
“Não é propriamente um mapa, mas ‘um compromisso diário’ a trabalhar em conjunto de modo a promover o bem comum e contribuir como fiéis, junto com pessoas de boa vontade, para ‘curar o nosso mundo ferido’.”
A fraternidade não se refere exclusivamente ao próprio grupo, à própria comunidade, cultura e religião, mas inclui todos, afirma o texto lido pelo arcebispo Jurkovič. A fraternidade pode ser a dinâmica – como sugere o Documento assinado pelo Papa e Grão Imame de Al-Azhar – com a qual se superam as diferenças e se constroem “pontes de convivência para um mundo novo”.
Ou construiremos juntos o futuro ou não haverá futuro
“Não há alternativa: ou construiremos juntos o futuro ou não haverá futuro. As religiões, em particular, não podem renunciar à tarefa urgente de construir pontes entre os povos e culturas. É chegado o tempo em que as religiões se esforcem mais ativamente, com coragem e audácia, de modo transparente, para ajudar a família humana a amadurecer a capacidade de reconciliação, a visão de esperança e os itinerários concretos de paz.” (Papa Francisco, discurso em 4 de fevereiro em Abu Dhabi no Memorial do Fundador)
Casa Santa Marta: primeira reunião do Comitê para a Fraternidade Humana
Em seu texto, Dom Ayuso Guixot ressalta também, que o Documento sobre a fraternidade humana nos convida a ir além de toda e qualquer dificuldade, permanecendo sempre radicados em nossa identidade, evitando todo tipo de “sincretismo”.
“Desse modo, nos comprometemos a servir à humanidade através da nossa recíproca colaboração na promoção daquela paz que o mundo deseja”. O presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso recorda também que no final de agosto foi instituído nos Emirados Árabes Unidos, na península Arábica, no Oriente Médio, um Comitê superior para a aplicação do Documento sobre a fraternidade humana.
Por fim, ressaltou Dom Jurkovič, a primeira reunião deste Comitê se realizou no último dia 11 de setembro no Vaticano.