15/08

Festa da Assunção: núncio na Síria destaca esperança no país

Apesar das dificuldades, Dom Zenari diz que pacificação parcial em algumas áreas permitirá aos fiéis participar da festividade mariana

Da Redação, com Rádio Vaticano em italiano

Na Síria, a comunidade cristã, apesar das grandes dificuldades, se reunirá nas igrejas para a Festa da Assunção, celebrada nesta terça-feira, 15. Pelo sétimo ano consecutivo, a festividade mariana é vivida no âmbito da guerra que está devastando o país, mas os cristãos são animados por uma renovada esperança. A frágil e parcial pacificação de muitas áreas permitirá a milhares de fieis das várias confissões cristãs participar das funções religiosas.

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Entretanto, prosseguem os combates nas províncias de Raqqa, Homs e Deir al Zur, no centro da Síria, ainda controlado pelo Estado Islâmico. Segundo dados do Observatório sírio para os direitos humanos, desde 17 de julho passado, na área morreram 264 efetivos do exército sírio e ao menos 321 jihadistas.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o núncio apostólico em Damasco, Cardeal Mario Zenari, comentou o espírito com que os cristãos sírios celebram a festividade da Assunção. Ele explicou que lá as igrejas orientais, e incluindo também a igreja latina, celebram esta festa de Nossa Senhora na mesma data. O povo vai às igrejas, canta hinos à Nossa Senhora e se prepara também com o jejum.

A Mãe de Cristo é venerada também pelos muçulmanos. Dom Zenari cita, por exemplo, que ela é mencionada no Corão, o livro sagrado para os muçulmanos, e eles têm muito respeito por ela, participando desse clima de festa dos cristãos.

“Neste ano, que é o sétimo ano de guerra, há esta particularidade, há um queda na violência em termos gerais, um pouco por toda parte, embora em algumas áreas ainda haja muito sofrimento. Sobretudo na área do governatorato de Raqqa há muitas pessoas que precisaram escapar, muitos refugiados desde abril nessa parte: fala-se em 200 mil pessoas. Portanto, há um pouco de esperança que a situação vá melhorando um pouco”.

O núncio acredita que, após sete anos de guerra, a comunidade cristã pode viver com mais esperança estes dias. Ele relata que em três paróquias há cerca de 700 fiéis que, apesar dos limites, têm a possibilidade de viver a liturgia com suas orações, todos os dias. “Imagino a alegria com a qual estas comunidades, apesar dos limites, celebram esta festa da Assunção. Aqui, a devoção a Nossa Senhora é muito, muito forte”.

Dom Zenari enfatizou ainda o agradecimento às comunidades cristãs católicas de todo o mundo que constantemente enviam ajuda à Síria. Ele diz que lá as igrejas estão empenhadas no esforço de organizar sempre melhor essa ajuda a todos, cristãos e não-cristãos, em particular a leste de Aleppo, que foi toda destruída, e desde janeiro foram abertos centros da Caritas Síria para a distribuição de assistência.

“É uma área completamente muçulmana: alguns ficaram maravilhados e perguntaram: ‘Mas como vocês cristãos estão aqui e nos ajudam?’. Estes são os sinais da nossa presença na Síria: de abertura a todos”.

 

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