Violência

Explosão de caminhão-bomba na Somália é o pior atentado no país

Atentado com caminhão-bomba em frente a um hotel deixou 189 mortos

Da redação, com Ansa

Um atentado na Somália neste sábado, 14, deixou 189 mortos, sendo considerado o pior da história do país. Um caminhão-bomba explodiu em frente a um hotel na cidade de Mogadíscio, capital da Somália. 

As autoridades locais temem que haja mais mortos. Os médicos ainda se esforçam para salvar mais de 200 feridos, muitos com queimaduras que impossibilitam seu reconhecimento.

Este ataque aconteceu em uma região próxima a ministérios do governo somali, em uma rua bastante movimentada na cidade de Mogadíscio. O prédio foi destruído após a explosão. “Em nossos 10 anos de experiência em primeiros socorros em Mogadíscio, nunca tínhamos visto algo assim”, disse uma mensagem postada no Twitter pelo serviço de ambulâncias da capital.

O presidente Mohamed Abdullahi Mohamed declarou três dias de luto e se juntou às milhares de pessoas que responderam aos apelos desesperados dos hospitais por doações de sangue. “Estou implorando ao povo somali para que doem”, afirmou o mandatário. De acordo com o diretor do Hospital Medina, Mohamed Yusuf, o hospital está sobrecarregado de mortos e feridos. 

De acordo com o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, pelo menos quatro voluntários estão entre as vítimas. “O balanço pode aumentar porque ainda há muitos voluntários desaparecidos”, diz um comunicado da entidade.

Responsáveis pela explosão

Até o momento, nenhum grupo terrorista reivindicou a autoria dos ataques, mas o governo culpa o grupo fundamentalista islâmico somali Al Shabab, que vem aumentando suas ações no centro e no sul do país nos últimos meses. A milícia está em guerra contra o Exército e os mais de 20 mil homens enviados pela União Africana, que contam com o apoio de drones dos Estados Unidos.

O atentado ocorreu dois dias depois de um encontro em Mogadíscio entre o presidente da Somália e expoentes do comando dos Estados Unidos na África. Além disso, três dias atrás, o governo perdeu dois membros de seu alto escalão, o ministro da Defesa, Abdirashid Abdullahi Mohamed, e o chefe das Forças Armadas, Ahmed Jimale.

Situado no Chifre da África, o país é um dos mais vulneráveis do mundo por causa da pobreza disseminada, da atuação de milícias terroristas e da instabilidade política. Em março passado, o governo somali chegou a declarar estado de calamidade nacional por causa da fome.

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