“Política de migração repressiva atual tem empurrado pessoas desesperadas para a morte”, afirmam organismos europeus
Da redação, com Agência Ecclesia
A Cáritas Europa e o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) apelaram nesta, quarta-feira, 8, aos líderes europeus que revejam as suas “políticas restritivas de migração”, apostando em formas “mais legais e seguras” de entrada no território.
Num comunicado conjunto enviado à Agência Ecclesia, as duas organizações católicas destacam que a atitude “repressiva” atual tem “empurrado pessoas desesperadas para a morte”, porque são forçadas a escolher “rotas perigosas” e a depender “da ajuda de contrabandistas e traficantes”.
“As políticas baseadas na dissuasão, incluindo o acordo com a Turquia, não estão a impedir os refugiados de tentar chegar aos nossos países, antes prolongam o seu sofrimento”, frisam os mesmos organismos.
De acordo com o comunicado em questão, “mais de mil migrantes perderam a vida em menos de uma semana, enquanto procuravam atravessar o Mediterrâneo”, rumo ao Velho Continente.
Para o secretário-geral da Cáritas Europa, Jorge Nuño Mayer, a União Europeia tem o dever de usar o seu poder “para salvar e proteger as pessoas”.
“Está aqui apenas em causa a vontade política de buscar meios mais seguros de entrada para as pessoas, para que elas não arrisquem as suas vidas”, apontou.
A posição da Cáritas Europa e do JRS chega numa altura em que os ministros do Interior se preparam para debater, nesta quinta-feira, 9, a política migratória da União Europeia.
Os dois agentes propõem aos responsáveis políticos “a introdução de um visto humanitário, acessível em qualquer embaixada europeia, quer nos países de origem quer de passagem dos refugiados”.
Apontam ainda à necessidade de uma entrada mais expedita, mesmo “sem a necessidade de visto”, quando estiveram em causa “razões humanitárias”.
Por outro lado, a União Europeia deve empregar mais recursos na “reinstalação” dos refugiados e zelar pela sua “reunião com os seus familiares”, realçam a Cáritas Europa e o JRS.