Desemprego leva a empreendimento por necessidade
André Prado*
A crise econômica brasileira ainda persiste e boa parte da população espera que o país entre em um novo ciclo de crescimento. Ainda com milhões de desempregados, muitos se viram forçados a empreender por necessidade no mercado informal.
Entretanto, não é somente a crise que tem forçado algumas pessoas a buscarem oportunidades de trabalho. As mudanças no cenário laboral têm causado muitas preocupações, afinal estima-se que cerca de 50% das profissões deixarão de existir nos próximos anos.
Pode ser inclusive que algumas pessoas estejam estudando para uma função que não existirá mais em poucos anos. Isto se deve às transformações que o mundo vem sofrendo principalmente devido à constante evolução tecnológica.
Há organizações que para sobreviver tentam se adaptar rapidamente, mas nem todas as mudanças ocorrem com a agilidade desejada. Desta forma, lamentavelmente algumas corporações vão à falência e acabam compondo o indesejável índice de mortalidade das empresas.
Um estudo que merece atenção foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017) alertando que das 733,6 mil empresas abertas em 2010 somente 37,8% haviam sobrevivido até o ano de 2015. Isto ocorre principalmente por problemas ocasionados pela crise, mau gerenciamento ou falta de percepção às mudanças.
As lojas físicas, por exemplo, apresentam alto custo e muitas se encontram ameaçadas pelo comércio eletrônico. Comprar pela Internet, além da praticidade, pode significar uma maior economia devido ao fato que as lojas físicas possuem maiores custos que acabam repassados aos preços dos produtos.
De olho neste panorama, algumas lojas físicas acabaram por aderir ao mercado do comércio eletrônico que ano a após ano vem apresentando resultados consideráveis pelo motivo de boa adesão por parte dos consumidores.
A criação de aplicativos, carros autônomos, desenvolvimento da robótica, sites de vendas online, tecnologias do agronegócio, enfim, a renovadora Indústria 4.0 (quarta revolução industrial), ainda desmobilizará muita mão de obra.
Algumas oportunidades do futuro
Assim como a tecnologia extingue certas profissões, outras também são criadas. Vagas têm sido disponibilizadas para desenvolvedores de softwares e aplicativos, conhecedores de robótica, projetistas de realidade virtual, computação nas nuvens, projetistas de impressão 3D e gestores de criptomoedas.
Algumas outras carreiras estarão voltadas ao meio ambiente devido à emergência de ações que atenuem os problemas climáticos ocasionados pelo crescimento populacional e pela produção ao redor do mundo.
A população de determinados países está envelhecendo a ponto de que em determinado momento poderá haver mais idosos do que jovens. Isto aponta uma oportunidade para profissionais e empresas da área de saúde.
Por essas e por outras é que aqueles que estiverem iniciando uma carreira devem estar atentos à profissão escolhida. É aconselhável procurar uma carreira pela qual a pessoa tenha interesse. Apenas é preciso saber se a função desejada existirá em um futuro próximo.
Em contrapartida, aqueles que já estão no mercado de trabalho em pleno desenvolvimento de suas funções, precisam se atualizar constantemente e permanecerem atentos para saber se a profissão desempenhada fará parte do futuro.
A outra opção para sobreviver será empreender na economia formal ou informal. Mas para sobreviver neste mercado competitivo, é preciso trabalho árduo, competência, dedicação, inteligência, esforço, persistência, conhecimento, empatia e aprimoramento para dominar as várias áreas da administração necessárias para uma boa gestão.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br