As relações diplomáticas são instrumentos que conservam a própria atualidade e potencialidade para colaborar com a solução de problemas atuais
Rádio Vaticano
A retomada das relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Palácio de Buckingham completa 100 anos. O Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, reiterou que “as relações diplomáticas são um instrumento que conservam a própria atualidade e potencialidade justamente para promover o diálogo, a aproximação e a colaboração para a solução de problemas atuais.
“Festejamos este aniversário e agradeceremos a Deus. Somos gratos por esta retomada. As relações diplomáticas são importantes sobretudo hoje, neste mundo que é muito mais complicado e que tem muito mais conflitos do que pensávamos que teria depois da queda do muro de Berlim e a mudança do cenário internacional”, afirmou o secretário de Estado, que acrescentou: “por isso, é fundamental poder dialogar, negociar e enfrentar juntos os problemas do mundo. Juntos, se ganha e se perde”, disse Parolin.
A Ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Joyce Anelay, que está em Roma nesta quarta-feira, 3, declarou que as relações diplomáticas entre o Reino Unido e a Santa Sé evoluíram muito desde 1914. Lembrou da visita do Papa emérito Bento XVI ao país em 2010 e da visita da Rainha Elizabeth II ao Papa Francisco em abril deste ano.
“Estar hoje em Roma é uma importante ocasião para fortalecer ainda mais os laços do Reino Unido com a Santa Sé sobre temas de comum preocupação, e para considerar em quais maneiras os nossas relações podem trabalhar ainda mais próximas, desde a questão do tráfico de seres humanos até a liberdade de religião, para ampliar assuntos ligados aos direitos humanos e o desenvolvimento internacional”, declarou Anelay.
Anelay vai participar na noite desta quarta-feira da Missa, celebrada pelo Cardeal Parolin, na Basílica de São Paulo fora dos muros por ocasião do centenário.
O Reino Unido manteve-se afastado da Santa Sé por 350 anos. O ápice da separação deu-se em 1570, quando o Papa Pio V excomungou a Rainha Elizabeth I. O período de turbulência, no entanto, começara antes, em 1534, com a aprovação no Parlamento britânico do Ato de Supremacia. A Escócia também havia cortado relações com Roma em 1560 quando, em Edimburgo, o Parlamento da Reforma havia repudiado a autoridade papal. A União das Coroas, em 1603, sob o reinado de Jaime I, fez com os dois países caminhassem sob a bandeira da Reforma.