Deepavali

Cristãos e hindus: mensagem reacende a esperança durante pandemia

Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso envia mensagem aos Hindus pelo Deepavali

Da redação, com Boletim da Santa Sé

Festa do Deepavali é conhecida como festa das luzes, na Índia/ Foto: Bhupendra Singh por Pixabay

O Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso enviou nesta sexta-feira, 6, uma mensagem ao povo da Índia, que comemorará no dia 14 de novembro a festa do Deepavali.

O Deepavali, ou Diwali, é a maior festa religiosa indiana, comemorada pelo hinduísmo, o siquismo, o budismo e o jainísmo. É atualmente comemorado em todo o mundo como o festival das luzes, onde as luzes ou lâmpadas significam a vitória do bem sobre o mal dentro de cada ser humano.

Na mensagem, o Pontifício Conselho faz referência ao período de pandemia vivido mundialmente, e deseja que “mesmo em meio às dificuldades, a festa possa dissipar todas as nuvens de medo, ansiedade e preocupação, e encher os corações e mentes com a luz da amizade, generosidade e solidariedade.”

Com a Mensagem de Deepavali deste ano, o Pontifício Conselho encarregado de promover o diálogo inter-religioso e a cooperação continua sua querida tradição de enviar-lhe saudações festivas e algumas reflexões oportunas. É a vigésima quinta mensagem enviada pela Igreja aos hindus, que procuram reconhecer, manter e valorizar as coisas boas presentes tanto nas tradições religiosas quanto nos patrimônios espirituais.

Embora representem um pequeno passo na direção da apreciação e cooperação inter-religiosas, as mensagens têm, ao longo dos anos, aumentado e promovido o diálogo e a harmonia hindu-cristãos em vários níveis. “Nós prontamente continuamos esta nobre tradição com o objetivo de forjar, fomentar e promover relacionamentos mútuos entre hindus e cristãos como um meio de trabalharmos juntos para o nosso bem e para o bem de toda a humanidade”.

Pandemia

Neste ano, em meio à pandemia de coronavírus, a mensagem do Pontifício Conselho tem como objetivo refletir sobre a necessidade de encorajar um espírito positivo e a esperança para o futuro, apesar dos obstáculos “aparentemente intransponíveis”, socioeconômicos, políticos e desafios espirituais e ansiedade, incerteza e medo generalizados.

“Nossos esforços para fazer isso certamente se baseiam em nossa convicção de que Deus, que nos criou e nos sustenta, jamais nos abandonará. Um incentivo para ser otimista pode soar irreal para aqueles que perderam seus entes queridos, meios de subsistência ou ambos. Mesmo a mais ousada esperança e positividade podem se dissipar nas situações trágicas causadas pela atual pandemia e seus graves efeitos na vida cotidiana, na economia, na saúde, na educação e nas práticas religiosas. No entanto, é precisamente a confiança na providência de Deus que nos inspira a permanecer otimistas e trabalhar para reavivar a esperança em nossas sociedades”.

A mensagem lembra que a pandemia acabou acarretando uma série de mudanças positivas em nossa maneira de pensar e viver, apesar do sofrimento sem precedentes que causou em todo o mundo e dos bloqueios que perturbaram a vida normal.

“Experiências de sofrimento e um senso de responsabilidade uns pelos outros uniram nossas comunidades em solidariedade e preocupação, em atos de bondade e compaixão pelos sofredores e necessitados. Tais sinais de solidariedade nos levaram a apreciar mais profundamente a importância da convivência, o fato de pertencermos uns aos outros e de nos necessitarmos para o bem-estar de todos e de nossa casa comum.”, diz a mensagem, lembrando a observação feita pelo Papa Francisco na audiência do dia 2 de setembro, em que disse: “a solidariedade hoje é o caminho a percorrer para um mundo pós-pandêmico, para a cura de nossos males interpessoais e sociais”, e “uma forma de sair melhor da crise”.

Conclusão

Ao final, a mensagem lembrou que as tradições religiosas ensinam aos fieis a permanecerem positivos e esperançosos mesmo em meio às adversidades, e que ao valorizar essas tradições e ensinamentos, haja o esforço de espalhar o que o Papa Francisco chama de “o contágio da esperança” (Mensagem Urbi et Orbi, 12 de abril de 2020) por meio de gestos de cuidado, afeto, bondade, gentileza e compaixão, “mais contagiosas do que o próprio coronavírus”.

A mensagem se encerra desejando que cristãos e hindus se unam pelo compromisso com a melhoria da humanidade, e a todas as pessoas de boa vontade, pela construção de uma cultura de positividade e esperança no coração de nossas sociedades, “não apenas nestes dias difíceis, mas também no futuro que está diante de nós”.

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