Justiça e Paz da Europa

Conferência critica repressão a refugiados em países europeus

Organismo católico destaca a importância de abordar esta questão a partir de “uma perspectiva de direitos humanos”

Da redação, com Agência Ecclesia

A Conferência das Comissões Justiça e Paz da Europa (CCJPE) criticou nesta quarta-feira, 26, o comportamento que alguns países europeus têm adotado em relação aos refugiados e realçou que uma crise humanitária não pode ter como resposta medidas de repressão.

Num comunicado enviado à Agência Ecclesia, o organismo católico sublinha a importância de abordar esta questão a partir de “uma perspectiva de direitos humanos”, em vez de “olhar para os refugiados como uma ameaça à comunidade europeia e à sua segurança”.

O aproveitamento da chegada dos refugiados para promover “agendas políticas” ou “campanhas xenófobas e anti europeias”, bem como, “a ligação dos ataques terroristas no Velho Continente à chegada dos refugiados”, são alguns dos exemplos apontados pela CCJPE.

“Os desafios à segurança na Europa são reais e vão aumentar se mais ataques terroristas acontecerem no território. No entanto, colocar no mesmo saco os refugiados e terroristas vai apenas jogar a favor da agenda dos que querem espalhar o ódio e a desilusão”, frisa o organismo, que recorda que “na base desta crise de refugiados está precisamente a fuga ao extremismo e radicalismo”.

“Os refugiados merecem o nosso apoio. Proteger as liberdades fundamentais e a segurança física dos cidadãos europeus e dos refugiados são dois lados da mesma moeda”, diz o comunicado.

Para a Conferência das Comissões Justiça e Paz da Europa, é essencial que as políticas de repressão e exclusão deem lugar a valores como “a solidariedade e a hospitalidade”.

“É preciso encarar os direitos humanos como parte integrante na resposta aos refugiados. Isto implica reavaliar o equilíbrio entre liberdade e segurança (…) e mostrar solidariedade para com os países que já acolhem um número elevado de refugiados”, salienta a CCJPE, que recorda nações como a Jordânia, a Turquia, a Líbia e a Grécia.

Ao mesmo tempo, a organização católica defende a necessidade das instâncias europeias, e dos Estados-membros, colaborarem na luta contra as causas desta crise de refugiados, na verdade uma crise humanitária, que tem na sua raiz problemas como “a guerra e a violência, a desigualdade, a opressão política e a violação dos direitos humanos, as alterações climáticas”.

“Isto significa também fechar a porta a qualquer acordo com países que estejam a ter um comportamento questionável em termos de direitos humanos, com o objetivo de impedir os refugiados de entrarem no território”, sustenta o organismo.

A CCJPE termina recordando a história da União Europeia que também tem sido feita à custa de muitas mudanças e movimentos migratórios. “Parte do nosso percurso foi feito à custa de migração forçada e de saídas em busca de novas oportunidades”, conclui.

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