Cerimônia que só acontece na Basílica do Santo Sepulcro faz memória do encontro da verdadeira Cruz de Cristo no século IV
Gracielle Reis
Da Terra Santa
O custódio da Terra Santa, Frei Francesco Patton, ofm, presidiu nesta segunda-feira, 7, a Missa na Solenidade da Descoberta da Santa Cruz, uma cerimônia que só acontece na Basílica do Santo Sepulcro e faz memória do encontro da verdadeira Cruz de Cristo no século IV. No restante do mundo, o encontro e Exaltação da Santa Cruz foram unificados na festa de 14 de setembro.
A solenidade recorda ainda a atuação de Santa Helena na Terra Santa. Santa Helena, mãe do imperador Constantino, foi uma mulher que acolheu a fé em Jesus e, como desbravadora de seu tempo, se lançou numa importante empreitada: resguardar os lugares santos relativos à vida de Cristo e devolver aos cristãos os lugares de culto.
“Naturalmente, Santa Helena, que era uma cristã, deu um grande impulso, à valorização dos lugares santos a partir da Terra Santa”, afirmou Frei Francesco Patton.
No século IV, época do cristianismo como religião oficial do Império Romano, Santa Helena e sua comitiva chegaram à Terra Santa, local onde se dedicaram à construção da Basílica da Natividade, em Belém, Igreja de Eleona, atual Pater Noster no Monte das Oliveiras, e o Santo Sepulcro. Este último foi erguido após serem derrubados os locais de culto pagão no Calvário e túmulo de Cristo.
E para identificar a verdadeira cruz de Jesus, segundo uma das narrações, um jovem morto voltou à vida após ser apoiado em uma das cruzes trazidas. Testemunhos a partir das ações de Santa Helena que surpreendem outras mulheres da atualidade, como a Irmã Pia Trân, das Irmãs Franciscanas de Santa Isabel de Hungria.
“Por amor Ele morreu por nós, pela nossa salvação, por causa de nossos pecados. Poderíamos pensar que a Cruz é sofrimento, que não podemos suportar. Mas através da salvação podemos conhecer o amor de Deus. E, assim, posso sofrer por esse amor porque eu amo Jesus”, afirma a religiosa.
Após a celebração, uma procissão segue com a relíquia da Santa Cruz em torno da edícula do Santo Sepulcro. No final, os fiéis recebem a bênção e podem se aproximar da relíquia, um momento de tocar e mergulhar no mistério da salvação.
“Sabemos que a salvação da Cruz consiste em nos introduzir na vida em Cristo. Jesus dá a vida por amor a nós para que possamos participar de Sua vida. Assim, quem encontra a Cruz encontra a vida”, concluiu frei Francesco.