“O povo não tem nada, somente a coisa mais preciosa: a família”, relatou cardeal Tagle após visita a campo de refugiados nesta segunda-feira
Da Redação, com Rádio Vaticano em italiano
O Sínodo sobre Família e a situação dos refugiados que procuram um futuro melhor na Europa. Esses são alguns temas abordados pelo arcebispo de Manila, Filipinas, Cardeal Luís Antonio Tagle, que visitou nesta segunda-feira, 19, um campo de refugiados na fronteira entre Grécia e Macedônia.
“No campo transitório para os refugiados vi a situação da família: que sofrimento, que miséria nestes campos! O povo não tem nada, somente a coisa mais preciosa: a família, as crianças! E na miséria do campo, com o sofrimento, a humilhação, há o amor. Vi estas crianças cansadas que queriam dormir e encontravam consolo nos braços da mãe, do pai”.
A visita aconteceu paralelamente aos trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre família, do qual o Cardeal Tagle também participa. Os trabalhos estão sendo acompanhados com atenção pela mídia, em especial no que diz respeito aos casais de segunda união, mas essa situação de refúgio também constitui uma ferida muito ampla que atinge muitas famílias.
“Não devemos diminuir a gravidade de cada ferida na família, por exemplo, o divórcio, a separação, certos conflitos. Mas nós padres sinodais, especialmente do Terceiro Mundo e do Oriente Médio, da África, da Ásia e também da Europa, estamos conscientes de que a família em toda sociedade é um microcosmo da situação social, cultural e econômica. De nós, das Filipinas, da Ásia, da África, os padres sinodais falam sempre dessas feridas!”.
Recordando o que tem pedido o Papa Francisco aos bispos, cardeal Tagle enfatiza a importância do encontro pessoal, não apenas no sentido físico, mas no sentido de uma atenção particular, com os olhos do Bom Samaritano, às pessoas necessitadas. “Estes são os olhos de um irmão que partilha as alegrias, os sofrimentos, os sonhos e também as frustrações dos outros”.