Enviado do Papa Francisco aos países do Golfo, dom Filoni convidou os muçulmanos a se unirem aos católicos no ano da Misericórdia
Da redação, com Rádio Vaticano
Os países do Golfo recebem nesta Semana Santa, a visita do prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Fernando Filoni, enviado do Papa Francisco.
Após ter visitado Bagdá e Irbil, nesta quarta-feira, 1º, o cardeal visitou alguns vilarejos do norte para levar a bênção e a ajuda concreta do Santo Padre à população atingida pela violência jihadista e por anos de guerra.
Dom Filoni encontrou-se com o presidente do Parlamento e com as principais autoridades do Kurdistão. Segundo ele, todos o asseguraram que os cristãos estão no centro de suas atenções.
“Isto me parece também muito bonito do ponto de vista político: que ninguém se sinta um estranho e que mesmo se nesse momento sofrem mais, porém, para eles existe a esperança de que também com a ajuda das próprias autoridades, aos poucos, um dia, a vida possa ser reconstruída”, disse.
O cardeal sugeriu ainda às autoridades que também os “irmãos muçulmanos” realizem um ano sabático da Misericórdia, “sobretudo porque também eles acreditam num Deus clemente e misericordioso”.
“Se junto com os cristãos, os muçulmanos celebram a misericórdia, se pode reconstruir aquela fraternidade, aquela proximidade, inclusive fundando tudo no mistério de Deus, porque se a paz, a reconciliação e a misericórdia não tiverem Deus como base, obviamente, não serão nem misericórdia, nem paz. Esperamos que, aos poucos, essa mensagem possa ganhar espaço”.
Na Igreja Católica, o Ano da Misericórdia foi convocado pelo Papa Francisco no dia 13 de março, durante uma celebração penitencial na Basílica de São Pedro, em Roma.
Situação dos refugiados
De modo geral, a situação dos refugiados na região “melhorou muito”, segundo o cardeal. Isso porque as famílias encontraram alojamento, por vezes até duas famílias numa mesma casa. Ainda segundo dom Filoni, não há famílias pelas ruas ou em outros lugares onde é inconveniente estar. “Porém, a situação continua sendo difícil e delicada”, afirmou.
O cardeal ainda destaca o papel da Igreja durante a crise. “Disseram-me hoje que tudo aquilo que se pôde fazer pelos refugiados, cristãos e não cristãos, foi possível graças à grande ajuda que foi dada por toda Igreja Católica, em particular”.