O Presidente da Cáritas Internacional, cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga destacou a necessidade de um compromisso mais exigente com o social
Da redação, com Agência Ecclesia
O cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, e presidente da Cáritas Internacional, afirmou que a dimensão social é imprescindível na ação da Igreja Católica.
“Vale a pena que a Igreja sublinhe, em especial através dos leigos, a necessidade de um compromisso social mais exigente”, assinalou o também coordenador do conselho consultivo de cardeais (C9), criado pelo Papa.
O responsável participou, nesta terça-feira, 8, de uma iniciativa da Câmara Municipal de Fafe (Portugal), o 1º encontro internacional de ‘Causas e Valores da Humanidade’, intitulada ‘Terra Justa’.
Falando numa “conversa de café”, sobre ‘O Valor da Dignidade Humana’, o cardeal criticou o atual sistema econômico centrado em “produzir mais” para “consumir mais”, a cada dia que passa.
Segundo o responsável, a ética deve estar em toda a ação humana, para que “a economia não seja egoísta”.
O presidente da Cáritas Internacional admite que “a austeridade é uma palavra de que a Europa não gosta, mas é virtude cristã”.
Sobre os ajustes do Fundo Monetário Internacional, dom Oscar disse que “não beneficiaram em nada os povos e produziram mais pobreza.
“Com o sistema econômico que temos agora não é possível melhorar a situação”, precisou dom Oscar Rodríguez Maradiaga, para quem “muitíssimas pessoas são ignoradas pelo desenvolvimento”. “Eu digo que é necessário pensar na pessoa humana como o valor máximo”, defendeu.
Na sessão de boas vindas, o cardeal hondurenho foi recebido pelo executivo e pelos funcionários do município minhoto, que vai homenagear nesta noite o cardeal.
Dom Oscar Maradiaga observou ainda que o excesso de individualismo leva a esquecer a “dimensão comunitária”, mesmo na vivência dos católicos. “É muito necessário que a dimensão social entre na evangelização”, precisou.
Em relação ao tema da justiça, que está no centro da sua presença em Fafe, o arcebispo de Tegucigalpa sublinha que muitos o reduzem à dimensão legal ou “distributiva”, deixando de lado a “justiça social”.
“Não se trata somente de assegurar a todos a comida ou um decoroso sustento, é necessário lutar, também, para que os pobres tenham prosperidade sem exceção de bem algum. E, finalmente, é necessário anunciar com insistência que, para a Igreja, a opção pelos pobres é uma categoria teológica, mais do que cultural, sociológica, política ou filosófica”, assinalou durante uma palestra na Arquidiocese de Braga.
Dom Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, referiu na ocasião que a diocese vive um ‘Ano Social’ que procurar se um “estímulo” para viver a dimensão da “caridade”.