Em coletiva no Vaticano, padre falou das duas beatas palestinas que serão canonizadas neste domingo; segundo ele, uma nova esperança, em especial, para fiéis do Oriente Médio
Jéssica Marçal, com informações do Vaticano
Da Redação
A Igreja católica terá quatro novas santas neste domingo, 17: uma francesa, cujo milagre de canonização aconteceu no Brasil, uma italiana e duas palestinas. Uma delegação da Palestina, Jordânia e Israel se organiza para levar mais de duas mil pessoas para a cerimônia no Vaticano, que será presidida pelo Papa Francisco.
Nesta sexta-feira, 15, o diretor do Centro Católico para Estudos e Mídia de Aman, na Jordânia, padre Rifat Bader, participou de uma coletiva de imprensa no Vaticano para apresentar a figura dessas duas religiosas palestinas que, agora santas, simbolizam uma nova esperança para o Oriente Médio.
Ele informou que estará presente na celebração o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas. “Com sua participação na liturgia para a canonização, demonstrará também que aquele evento diz respeito e interessa a todos os palestinos, cristãos e muçulmanos”.
Palavra do Patriarca
A delegação da Terra Santa tem como guia o patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal. Um dia depois de chegar a Roma, ele comentou o significado da canonização dessas duas beatas palestinas.
“Em meio às dificuldades que vivemos, a proclamação de duas santas da Palestina é um evento espiritual muito importante para os habitantes da Terra Santa. Representam uma nova luz para o nosso caminho. Fala-se às vezes da Terra Santa como uma terra devastada pela violência e pelas divisões, com uma consequente distorção da sua imagem. São justamente essas duas santas a restituir a essa terra a sua verdadeira face, mostrando que a santidade é possível mesmo nas situações mais difíceis”.
O Patriarca Twal considerou ainda que, com a santificação dessas duas mulheres provenientes do Oriente Médio, há dois novos modelos de perfeição para os cristãos, bem como para os muçulmanos e judeus. “Todas as duas se chamam Maria, nome comum às três religiões. Isso é um sinal para o nosso tempo. Quer dizer que as três religiões podem dialogar juntas sem discriminação”.
Para o padre Rifat Bader, a canonização dessas duas beatas no Ano da Vida Consagrada e no mês dedicado à veneração da Virgem Maria convida a intensificar as orações e constitui um sinal de esperança.
“Este evento é uma mensagem aos cristãos do Oriente Médio, um conforto, uma nova esperança, particularmente para os fiéis das dioceses e da Palestina e da Jordânia, para os países do Oriente Médio, para os emigrantes distantes dos seus países de origem e para todos os perseguidos nos tempos modernos”.
As futuras santas
Irmã Maria Alfonsina Danil Ghattas (1843-1927), de Jerusalém, foi fundadora da Congregação das Irmãs do Rosário. A outra futura santa é a irmã Maria de Jesus Crucificado Baouardy (1846-1878), da cidade de Ibillin, na Galileia, e foi fundadora do Carmelo de Belém e de outro carmelo na Índia.
Juntam-se a elas a beata Giovana Emília de Villeneuve (França, 1811-1854) e a beata Maria Cristina da Imaculada Conceição (1856-1906), fundadora da Congregação das Irmãs Vítimas Expiadoras de Jesus Sacramentado.
Celebrações
Na celebração, o ofertório será feito por Munir Elias, que recebeu um milagre por intercessão da beata Maria Alphonsine, e a família italiana que obteve a cura da sua criança com a intercessão da beata Maria de Jesus Crucificado.
Na véspera da canonização, haverá, em Roma, um encontro de oração na Basílica de Santa Sabina às 17h (hora local, 12h em Brasília), com a participação dos membros da delegação da Terra Santa.
Já na segunda-feira, 18, o Patriarca Twal presidirá a Missa de agradecimento na Basílica de Santa Maria Maior com os bispos, padres, diáconos, religiosos, seminaristas e fiéis. A Missa será celebrada em árabe, com cânticos em árabe.