Desarmamento nuclear

Bispos sul-coreanos pedem o fim das armas nucleares

“Nós desejamos o desarmamento da península, assim como o do continente”, afirmam os bispos da Coreia do Sul, em mensagem assinada por Dom Lazzaro You Heung-sik

Da redação, com Rádio Vaticano

Os bispos da Comissão Episcopal para a Justiça e Paz da Coreia do Sul lançaram um apelo à capital da Coreia do Norte, Pyongyang, para que abandone o desenvolvimento do arsenal atômico. O apelo se estende também a Seul,  a Washington e a outras potências da região.

Em mensagem intitulada “Apelo pela paz”, enviada à Agência AsiaNews, os bispos pedem que se deixem de fazer os testes nucleares da Coreia do Norte para disseminar bombas na Ásia. Eles ressaltam que a paz se constrói com o diálogo e a paciência, “não com uma escalada de tensões e de sanções”. O texto é assinado pelo Presidente da Comissão, Dom Lazzaro You Heung-sik e recorda a encíclica“Pacem in Terris” de João XXIII.

“Abandonem o desenvolvimento das armas atômicas. A experiência nuclear da Coreia do Norte é contrária ao esforço comum para a paz da Coreia e para o desarmamento atômico da península. Não se pode separar a paz do não ter armas nucleares. As armas nucleares não podem nunca ser desenvolvidas para ‘a proteção da paz’ ou ‘a segurança do próprio país’. As armas nucleares provocam somente disputas, e trazem um grande perigo espiritual e corporal de destruição e morte”, diz o texto.

“Não abandonem o diálogo”

À capital da Coreia do Sul, Seul, os bispos dizem que inspirar as sanções contra o regime do Norte, só pode aumentar a tensão entre os países. O objetivo verdadeiro de cada sanção – explica o texto – deveria ser o de abrir a porta ao diálogo e à negociação.

“Não é justo que por meio das sanções devam sofrer os povos, e em modo particular, os mais fracos. Atingir a economia é uma medida que deveria ser aplicada com prudência, seguindo sempre um critério de legitimidade e de moral. Recordem que sobrecarregar as sanções aumentará somente o perigo de um choque direto. Não abandonem o diálogo!”.

Nenhum país com armas nucleares

A Coreia do Norte confirmou que, na última sexta-feira, 9, realizou o quinto teste nuclear que coincidiu com as celebrações do 68º aniversário do regime comunista de 1948.

Para os bispos sul-coreanos, estes testes nucleares não devem tornar-se o pretexto para colocar bombas nucleares em todos países da Ásia. “Nós desejamos o desarmamento da península, assim como o do continente”, afirmam. “Esperamos por isto, que vocês queiram realmente ajudar à paz entre as duas Coreias, para que esta paz possa tornar-se a semente para a verdadeira paz no mundo. Somente o equilíbrio da paz, não o equilíbrio do poder, pode resolver a tensão da Coreia e a ameaça da paz no mundo”.

Por fim, pedem que o homem não esqueça nunca que os frutos do ódio e da violência estão ainda florescendo no mundo. “O ódio gera ódio maior, a violência gera violência maior. A paz não vem por meio da lógica do poderoso (cfr. Gaudium et Spes, 78). A paz é completa quando os desacordos e a miséria, que levam à guerra  diminuem e quando o desejo pela ordem e pela paz cresce em todos os homens”, conclui o texto.

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