Em carta pastoral

Bispo alerta para envelhecimento e baixa natalidade em Portugal

Dom Anacleto Oliveira alerta para a preocupante baixa de natalidade e envelhecimento da população em Portugal

Da redação, com Ecclesia

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Dom Anacleto Oliveira durante apresentação da carta pastoral “Os filhos são uma bênção do Senhor” / Foto: Diocese de Viana

O bispo de Viana do Castelo, Portugal, Dom Anacleto Oliveira, expôs sua preocupação referente a quebra da natalidade no país e o aumento do desemprego entre os jovens, a quem falta a “estabilidade econômica e emocional”.

Em carta divulgada esta semana no site da diocese, o bispo diz entender os casais que adiam a decisão de ter filhos, devido ao desemprego, porém reforça que o Estado precisa promover meios que favoreçam o acesso ao mercado de trabalho.

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“Não admira que jovens casais, total ou parcialmente desempregados, protelem a decisão de terem filhos, pelo bem que lhes querem, mas correndo o perigo de, quando a tomarem, seja tarde demais, por diversas razões. Por isso, talvez seja na criação e promoção de emprego para jovens que o Estado mais tenha de investir”, sustenta a carta Pastoral que marca o primeiro ano de um triênio dedicado à família.

Em alerta aos pais, o bispo diz que o “trabalho excessivo” pode não ser bom para os filhos, uma vez que as crianças “precisam do convívio para os acarinhar, fortalecer, e educar”.

Paternidade e maternidade responsável

Sobre “paternidade e maternidade responsáveis”, Dom Anacleto dirige-se também aos casais que se interrogam sobre ter filhos “num mundo cada vez pior”, questionando-se sobre a possível infelicidade das crianças.

“Quem assim pensa, esquece-se de que o mundo será muitíssimo do que dele fizermos e que, sem novas vidas, então, sim, é que não terá futuro algum”, explica o bispo, para quem não se pode contar “somente com as possibilidades humanas”.

O prelado alerta para a preocupante baixa de natalidade e envelhecimento da população em Portugal em 2013, ano no qual nasceram 82.787 pessoas e faleceram 106.553.

Para além desta evolução negativa, o bispo registra uma série de dados positivos, como  a diminuição da taxa de mortalidade infantil, enorme progresso nos meios técnicos e medicinais de combate à esterilidade, o aumento da escolaridade obrigatória ou aumento do nível de escolarização das mães que exige uma maior colaboração do pai em tarefas domésticas.

Acolher os filhos

Dom Anacleto aborda também como exemplo de responsabilidade os casais que não desistem de “uma gravidez inesperada, indesejada ou até alcançada em condições desagradáveis ou mesmo violentas” e dos “nascituros portadores de deficiências”.

“Por mais peso que tenham tais condições […] eliminá-la [gravidez] voluntariamente, seja em que fase for, é, antes de mais, desumano, como é todo o homicídio voluntário”, reforça.

Para o bispo de Viana, a família será verdadeiramente completa “quando se ouvirem as palavras ‘irmão’ e/ou ‘irmã’”, ao contrário do filho único que muitas vezes é “deseducado” para o “facilitismo, egoísmo e consumismo”.

Na carta, o prelado reflete ainda sobre “os filhos que se tornam filhos da Igreja” através da catequese e dos sacramentos de iniciação cristã, apresentando como três principais responsáveis “a família; a comunidade cristã e a escola, pública e privada, com a Educação Moral e Religiosa Católica”.

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