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Ao Embaixador da Turquia

Bento XVI: Igreja e o compromisso do diálogo interreligioso

Às 11 horas da manhã desta quinta-feira, 7, o Santo Padre recebeu em audiência Sua Excelência senhor Kenan Gürsoy, Embaixador da Turquia diante da Santa Sé, por ocasião da apresentação das cartas credenciais.


Publicamos a seguir o discurso que o Papa dirigiu ao novo Embaixador, bem como a biografia de Sua Excelência Kenan Gürsoy:

Senhor Embaixador,

Apraz-me lhe dar as boas-vindas ao Vaticano e aceitar as Cartas que o credenciam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República da Turquia diante da Santa Sé. Agradeço suas gentis palavras e as saudações que você traz de seu Presidente, Sua Excelência Abdullah Gül. Por favor, transmita-lhe os meus melhores votos e assegure-lhe de minha oração contínua para o bem-estar e a prosperidade de todos os cidadãos de sua terra.

Como Vossa Excelência observou, estamos nos aproximando do quinquagésimo aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a Turquia e a Santa Sé, um fruto do pontificado de meu predecessor Papa João XXIII. Ele próprio havia servido como delegado apostólico em Istambul, e seu afeto pelo povo turco é bem conhecido. Muito já foi feito durante os últimos cinqüenta anos nas áreas de interesse comum que o senhor indicou, e eu estou confiante de que estas relações cordiais crescerão profundamente e se fortalecerão, como resultado da colaboração permanente em muitas questões que se verificam atualmente em assuntos multilaterais.

Recordo com grande prazer minha visita a seu país em 2006, quando fui capaz de prestar minha homenagem ao povo turco e aos membros do seu Governo. Aproveito esta oportunidade para renovar o meu apreço à calorosa recepção que recebi. Um dos destaques da visita foi o meu encontro com o Patriarca Bartolomeu I, em Fanar. Na República secular da Turquia, juntamente com a população predominantemente muçulmana, as comunidades cristãs estão orgulhosas em fazer sua parte, conscientes de sua antiga herança e significativa contribuição que deram para a civilização, não só de sua terra, mas de toda a Europa. Durante as recentes comemorações do aniversário de dois mil anos do nascimento de Paulo de Tarso, aquela herança cristã se tornou foco de especial atenção em todo o mundo, e eu gostaria de manifestar o apreço dos cristãos de todas as partes para as medidas que foram tomadas para facilitar peregrinações e celebrações litúrgicas nos locais relacionados com o grande Apóstolo.

Minha visita à Turquia também proporcionou uma boa oportunidade para cumprimentar os membros da comunidade muçulmana. Na verdade, foi a minha primeira visita como Papa a um país predominantemente islâmico. Eu fiquei satisfeito em poder expressar a minha estima pelos muçulmanos e reafirmar o compromisso da Igreja Católica em levar adiante o diálogo interreligioso em um espírito de respeito mútuo e amizade, dando ênfase ao testemunho comum da firme fé em Deus que caracteriza os cristãos e muçulmanos, e que se esforça para conhecer melhor uns aos outros de modo a reforçar os laços de afeto entre nós (cf. Discurso, Encontro com o Presidente da Direção dos Assuntos Religiosos, Ankara, 28 de Novembro de 2006). É minha oração fervorosa que este processo conduza a uma maior confiança entre os indivíduos, comunidades e povos, especialmente nas áreas mais problemáticas do Oriente Médio.

Os católicos na Turquia apreciam a liberdade de culto que é garantida pela Constituição, e estamos satisfeitos de poder contribuir para o bem-estar dos seus concidadãos, especialmente através do envolvimento em atividades de caridade e de saúde. Eles têm razão em se orgulhar da assistência prestada aos pobres pelos hospitais La Paix e Saint George, em Istambul. A fim de que estes esforços dignos possam florescer, estou certo de seu Governo continuará a fazer todo o necessário para que estas iniciativas recebam todo o apoio que for preciso. Além disso, a Igreja Católica na Turquia está à espera de reconhecimento jurídico civil. Isto poderia ajudá-la a desfrutar de plena liberdade religiosa e de fazer uma contribuição ainda maior para a sociedade.

Como um estado democrático secular que atravessa a fronteira entre a Europa e a Ásia, a Turquia está bem posicionada para atuar como uma ponte entre o Islã e o Ocidente, e fazer uma contribuição significativa para os esforços de trazer a paz e a estabilidade para o Oriente Médio. A Santa Sé aprecia as inúmeras iniciativas que a Turquia tem realizado a este respeito, e está ansiosa para apoiar os esforços em pôr fim a conflitos de longa data na região. Como a história tem mostrado diversas vezes, disputas territoriais e rivalidades étnicas só podem ser resolvidas satisfatoriamente quando as legítimas aspirações de cada parte são devidamente levadas em conta, reconhecendo as injustiças do passado e, quando possível, reparando-as. Asseguro a Vossa Excelência da alta prioridade que a Santa Sé dá para a busca de soluções justas e duradouras para todos os conflitos da região e da sua disponibilidade em colocar os recursos diplomáticos ao serviço da paz e da reconciliação.

Ao oferecer os meus melhores votos para o sucesso da sua missão, gostaria de vos assegurar que os vários departamentos da Cúria Romana estão sempre à disposição para fornecer ajuda e apoio no cumprimento dos seus deveres. Sobre Sua Excelência, sua família e todo o povo da República da Turquia, invoco cordialmente as abundantes bênçãos do Altíssimo.

Sua Excelência senhor Kenan Gürsoy, embaixador da Turquia diante da Santa Sé

Nasceu em 29 de dezembro de 1950, é caso e tem dois filhos.
Licenciado em Filosofia (Universidade de Rennes, 1973), fez especialização (Universidade de Sorbonne Paris IV, 1974) e alcançou o doutorado na mesma matéria (Universidade de Atatürk, 1979).

Desenvolveu a atividade docente na qualidade de: professor associado de filosofia na Universidade de Atatürk (1982-1984) e na Universidade de Ankara (1984-1989); professor de filosofia na Universidade de Ankara (1989-1997); professor de filosofia na Universidade de Galatasaray (1997-2009), onde foi também vice-decano da Faculdade das Comunicações (1997), vice-diretor do Instituto das Ciências Sociais (1998-1999) e diretor do mesmo Instituto (1999-2002), Diretor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências e Literatura (1999-2000 e 2006-2009), decano da Faculdade de Ciências e Literatura (2000-2009).

O professor Gürsoy é autor de numerosos artigos e obras de filosofia, de ética e diálogo interreligioso e entre as culturas. Fala francês.

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