Após a confirmação de sua absolvição e a autorização para que deixe o Paquistão, Asia Bibi poderá viver no Canadá, Austrália, Espanha ou França
Da redação, com ACN e Vatican News
Após o Supremo Tribunal do Paquistão confirmar nesta terça-feira, 29, a absolvição da católica Asia Bibi – que antes havia sido condenada por blasfêmia -, países como o Canadá, Austrália, Espanha e França anunciaram nesta quarta-feira, 30, estarem disponíveis para acolher a cristã e sua família.
Sobre a confirmação da absolvição, o secretário-geral da Fundação Pontifícia “Ajuda a Igreja que Sofre” (ACN) – associação católica internacional que tem sede no Vaticano –, Philipp Ozores, se posicionou:
“A decisão do tribunal hoje é um triunfo dos direitos humanos sobre a intolerância religiosa, uma vitória sobre o ódio dos fanáticos – e acima de tudo uma felicidade pessoal e uma grande alegria para Asia Bibi e sua família. Milhões de pessoas rezaram pelo seu destino e fizeram campanhas por sua liberdade”.
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A absolvição inspira outros 187 cristãos paquistaneses em prisões que aguardam sua execução; todos acusados de blasfêmia, assim como Asia Bibi. A Fundação Pontifícia ACN afirmou também que continuará trabalhando com outras organizações e parceiros do projeto no Paquistão para incentivar o governo do país a repensar a lei de blasfêmia.
A prisão de Asia Bibi
A camponesa de uma pequena aldeia em Punjab, foi acusada de blasfêmia ao beber um pouco da água de um poço. A acusação foi realizada por paquistanesas que sugeriram que a água havia sido contaminada pelo fato de Asia Bibi ser cristã. Em seu livro “Blasfêmia”, escrito em 2011 junto com a jornalista francesa Anne-Isabelle Tollet, Asia Bibi afirmou que foi encarcerada após o episódio.
A cristã afirma ter passado por humilhações durante o período em que ficou presa, e ter tido a consciência de que nem ela nem sua família teriam mais paz. “Salvem-me”, pedia ela no livro no qual ela imediatamente manifestava a sua forte fé: “Se hoje, apesar de tudo, eu ainda estou viva, certamente não é por acaso, mas porque Deus me confiou uma missão”.