Peregrinação vai decorrer nas dioceses polacas entre os dias 21 de agosto e 1 de setembro
Da redação, com JMJ 2021
A Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), estão a caminho da Polônia. Os símbolos deixaram a Angola nesta terça-feira, 17. Uma missa marcou o ponto final de uma peregrinação que levou 40 dias. Ela que permitiu aos jovens angolanos um contato privilegiado e uma vivência mais direta com os instrumentos que representam e acompanham a JMJ desde 1984 (no caso da Cruz) e 2000 (no caso do ícone mariano).
Nas dioceses polacas, a peregrinação dos símbolos acontece entre os dias 21 de agosto e 1 de setembro. A peregrinação em Angola foi iniciada no dia 8 de julho. O transporte dos símbolos da JMJ na Europa é feito por via terrestre.
Antes de iniciar a presença nas dioceses de Portugal, entre novembro de 2021 e julho de 2023, os símbolos da JMJ vão peregrinar nas dioceses de Espanha, nos meses de setembro e outubro.
Despedida da Angola
Na missa do adeus à Cruz Peregrina e ao ícone de Nossa Senhora Salus Populi, o bispo, Belmiro Chissengueti, afirmou que os símbolos trouxeram aos cristãos angolanos, intensos momentos de alegria.
O prelado que é o presidente da Comissão Episcopal para a Juventude, Vocações, Pastoral Universitária e Escutismo da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), aproveitou para lançar as bases da organização da caravana angolana à JMJ Lisboa 2023.
Chamando a atenção para os critérios a observar, Dom Belmiro revelou que Angola já inscreveu, até 31 de julho, mais e 600 interessados. Sem indicar uma data precisa, o prelado disse que uma segunda e última inscrição preparatória vai começar em breve.
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Por uma questão de organização, a nível de Angola, as candidaturas à participação na JMJ Lisboa 2023 estão centradas no Secretariado Nacional da Juventude da CEAST e na Coordenação Nacional dos Escuteiros Católicos, pelo que todos os que vão como delegação angolana, deverão inscrever-se nesses dois serviços.
Apelou, por isso, aos grupos de angolanos que fazem inscrições em paralelo, a se juntarem às estruturas criadas a nível da Conferência Episcopal angolana, uma vez que, como disse, de acordo com o que está acertado com a Embaixada de Portugal em Angola, apenas será dada atenção, para emissão de vistos, à lista que for remetida pela CEAST.
Isto “visa salvaguardar a transparência na gestão das contribuições, pois, em muitas ocasiões, muitos contribuíram para determinados serviços de que não usufruíram e depois fizeram recurso aos bispos e sacerdotes que não sabiam onde se tinham inscrito. Por isso, a participação, desta vez, será centralizada”.
Símbolos da JMJ
A Jornada Mundial da Juventude conta com dois símbolos que a acompanham e representam: a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani. Nos meses que antecedem cada JMJ, os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem.
No dia 22 de novembro de 2020, na Missa da Solenidade de Cristo Rei presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro, em Roma, uma delegação de jovens de Portugal recebeu dos jovens do Panamá, cidade que acolheu a última JMJ, os símbolos da Jornada Mundial da Juventude.
Cruz peregrina
Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou aos cinco continentes e a quase 90 países. Tem sido encarada como um verdadeiro sinal de fé.
Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis.
Tem-se afirmado como um sinal de esperança em locais particularmente sensíveis. Em 1985, esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa. Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil.
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Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani
Desde 2000 que a cruz peregrina conta com a companhia do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços. Este ícone foi introduzido ainda pelo Papa João Paulo II como símbolo da presença de Maria junto dos jovens. Com 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália. É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica.
Símbolos da JMJ em linguagem pictográfica, braile e Língua Gestual Portuguesa
Por ocasião da receção dos símbolos da JMJ, o Comité Organizador Local da JMJ Lisboa 2023 e o Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Instituto Politécnico de Leiria divulgaram a explicação dos símbolos da JMJ em linguagem pictográfica, braile e Língua Gestual Portuguesa.