Nesta sexta matéria da série “Patronos da JMJ Lisboa 2023”, conheça mais sobre São João de Brito
Huanna Cruz
Da Redação
Em preparação à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, que será de 1º a 6 de agosto próximo, o noticias.cancaonova.com segue com a série sobre os Patronos da JMJ. Nesta sexta-feira, 5, vamos falar sobre São João de Brito.
Sobre a vida do santo, o pároco de Óbidos, A-dos-Negros e Gaeiras, padre Ricardo Figueiredo afirmou que era possível encontrar diversos aspectos que tocam profundamente o coração dos jovens. O sacerdote sublinhou então dois aspectos. O primeiro deles, a forma como o santo guardou a vivência da fé e o seu coração para Deus, mesmo frequentando o ambiente sumptuoso da Corte portuguesa. Em segundo lugar, a firmeza na fé e o desejo de propagar o Evangelho.
O presbítero ressaltou que o fervor missionário de São João de Brito se tornou muito conhecido. Ele citou uma ocasião em que o santo, em apenas um dia, batizou duas mil pessoas. “Foi necessário que agarrassem os seus braços, de tão cansado que ele estava”, contou.
Padre Ricardo explicou que a escolha dos patronos da JMJ seguiu três critérios: santos patronos da juventude e da JMJ; santos naturais de Lisboa; e santos jovens. “São João de Brito, sendo natural de Lisboa, não podia faltar!”.
Exemplo de fidelidade a Cristo
Segundo o Pároco de Óbidos, São João de Brito nasceu numa família nobre da cidade de Lisboa. Lá aprendeu a viver a fé e frequentou a Corte portuguesa. Em homilia na Missa celebrada com os jovens, no dia 14 de maio de 1982, São João Paulo II disse:
“Como não lembrar, entre outros, aqui em Lisboa, o exemplo de São João de Brito, jovem lisboeta, que, deixando a vida fácil da corte, partiu para a Índia, para anunciar o evangelho da salvação aos mais pobres e desprotegidos, identificando-se com eles e selando a sua fidelidade a Cristo e aos irmãos com o testemunho do martírio?”
História
Padre Ricardo relembrou que João de Brito nasceu em 1647 – período de grande profundidade espiritual na história da Igreja. De acordo com o sacerdote, neste tempo era latente a necessidade de levar o Evangelho aos lugares recentemente descobertos.
O padre enfatizou que João de Brito ficou órfão de pai muito cedo e a sua mãe dedicou-se muito à sua formação, especialmente à formação cristã. Desde muito cedo, ele deu sinais de vivência profunda da fé. Ainda como criança foi-lhe dada a oportunidade de viver na Corte portuguesa, como pajem do príncipe herdeiro, mas nem o ambiente nobre e de luxo o fez desviar dos princípios da vivência da fé.
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Com quinze anos, o santo entrou na Companhia de Jesus, levado pelo desejo de ser missionário e de levar o conhecimento e o amor de Jesus a todas as partes do mundo. Fez o noviciado em Lisboa, depois continuou os estudos em Évora e Coimbra, sendo ordenado padre aos 26 anos. Nesta ocasião demonstrou aos superiores o desejo de partir em missão, o que desagradou muito a sua mãe que tentou dissuadi-lo, sem sucesso.
Em 1673, partiu para a Índia com outros missionários. Permaneceu em Goa algum tempo e depois foi encaminhado para a missão de Maduré. Lá se dedicou particularmente ao serviço da casta mais baixa, o que causava alguma estranheza aos que eram de castas mais altas. Ensinava o catecismo e, a partir disto, muitos se converteram. Tudo isto João viveu aliando uma vida de grandes penitências e profunda oração.
Em 1686 chegou ao reino de Maravá, onde havia forte perseguição aos cristãos. Lá foi preso e sujeito a terríveis torturas. Ficou tão desfigurado que o rei e os sacerdotes tiveram pena dele e o soltaram.
No ano seguinte regressou a Portugal. Foi recebido com muito entusiasmo pelo rei de Portugal, Dom Pedro II, de quem tinha sido pajem. Este fez a ele a oferta de um cargo no governo do país, mas João recusou: a sua intenção era regressar à Índia. Juntou fundos e missionários, depois regressou à Índia em 1690.
Foi preso em janeiro de 1693 e, posteriormente, foi transferido para outra cidade no final de janeiro daquele ano. No dia 4 de fevereiro foi decapitado. A notícia se espalhou rapidamente em Portugal, gerando muita tristeza pela perda e alegria, pois era um mártir.