Prelado chinês, conhecido por ser defensor dos direitos democráticos, foi preso em Hong Kong na noite desta terça-feira, 11
Thulio Fonseca
Da redação
O Cardeal Joseph Zen foi preso na noite desta terça-feira, 11, em Hong Kong. Em nota oficial, a Santa Sé informou que tomou conhecimento “com preocupação” da notícia da prisão do purpurado.
O Vaticano “acompanha com extrema atenção a evolução da situação”, lê-se na nota. O bispo emérito de Hong Kong tem 90 anos de idade e é uma figura de prestígio no movimento democrático chinês.
A acusação para a prisão do cardeal se baseia sobretudo pelo seu papel como administrador de um Fundo de Auxílio Humanitário, que apoiou manifestantes pró-democracia no pagamento de suas taxas legais.
Defensor dos direitos democráticos
Dom Zen é reconhecido como defensor declarado dos direitos democráticos em Hong Kong e na China continental. Ele participou com frequência de audiências nas quais autoridades e pessoas favoráveis à democracia foram levadas a julgamento sob a acusação de violar a Lei de Segurança Nacional.
Segundo jornais italianos, o purpurado estava há muito tempo sendo acompanhado pelo governo chinês. Em janeiro deste ano a imprensa pró-governo publicou quatro artigos acusando-o de incitar estudantes a se revoltarem contra uma série de medidas governamentais.
O cardeal também não é apreciado em Pequim por suas críticas ao controle do Partido Comunista Chinês sobre as comunidades religiosas.
Ele condenou a remoção de cruzes do lado externo das igrejas na China e celebrou missas ao longo dos anos, em memória dos mártires chineses massacrados pelas autoridades por exigirem liberdade e democracia.
Em 2020, centenas de manifestantes pró-democracia entraram em autoexílio no exterior, devido a Lei de Segurança Nacional chinesa, porém o Cardeal Zen decidiu continuar no país para encorajar os detentos, sem temer que ele também acabasse nas mãos da polícia.