Semana de oração

Unidade cristã: cardeal destaca vínculo entre o bem e a justiça

Prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos comenta o tema da Semana de Oração pela Unidade Cristã que termina nesta quarta-feira, 25

Da Redação, com Vatican News

Cardeal Koch / Foto: Reprodução Vatican Media

 

Na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que termina nesta quarta-feira 25, o Prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos destaca o vínculo entre o bem e a justiça. A Semana começou em 18 de janeiro passado e tem como tema deste ano: “Aprender a fazer o bem, buscar a justiça.”

As palavras do profeta Isaías foram escolhidas pela Comissão do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos juntamente com o Conselho das Igrejas do Minnesota, nos Estados Unidos. O bem e a justiça, explica o Cardeal Kurt Koch, estão de fato correlacionados e são essenciais para a unidade.

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Em entrevista ao Portal Vatican News, o Cardeal Koch falou sobre o impulso que do ponto de vista católico pode vir da Semana de oração Ecumênica. Para Koch, o fundamento de todo ecumenismo é a oração pela unidade. Não podemos fazer nada melhor do que rezar pela unidade, porque nós, humanos, não podemos alcançar a unidade por nós mesmos. 

“Podemos fazer a divisão, a separação, como mostra a história, mas também o presente. A unidade é sempre um dom do Espírito Santo e a melhor preparação para receber este dom é a oração.”

O Cardeal também afirma que por outro lado, porém, deve-se também trabalhar pela unidade, como diz o Santo Padre através de três pontos: caminhar juntos, rezar juntos e colaborar juntos, e a partir daí redescobrir a justiça também entre os cristãos e entre as comunidades eclesiais.

Falando de justiça entre os cristãos, infelizmente assistimos atualmente a esta terrível guerra que afeta sobretudo os cristãos. Uma guerra de cristãos contra cristãos na Europa. Como o diálogo ecumênico pode contribuir para a paz?”

Segundo o cardeal, é realmente uma mensagem muito triste de cristãos matando outros cristãos, ortodoxos matando outros ortodoxos. Isso mostra que a religião é parte do problema, mas deve ser parte da solução. “Neste sentido devemos continuar e aprofundar o diálogo. Não há alternativa ao diálogo para encontrar a paz, mas o fundamento da paz é a justiça, como diz o tema deste ano”. 

Contribuição de Bento XVI ao ecumenismo

O cardeal também comentou o legado para o ecumenismo deixado por Joseph Ratzinger, o Papa Emérito Bento XVI, que faleceu em 31 de dezembro passado. Koch ressaltou que Bento XVI fez muitas coisas pela unidade dos cristãos, já como teólogo, depois como cardeal e Papa e não apenas no diálogo com os ortodoxos, que ele favoreceu muito, mas também no diálogo com os protestantes.

Em seguida, o cardeal citou como exemplo a declaração comum sobre a justificação em Habsburgo em 1999 que foi uma grande contribuição do Cardeal Ratzinger. “Acho que seu conceito de ecumenismo era que a unidade não é um conceito político eclesial, mas um conceito de fé. O fundamento do ecumenismo é, aos olhos do Papa Bento XVI, a fé que cada membro do corpo de Cristo recebe no batismo. Aprofundar este fundamento na fé em Cristo era muito caro ao Papa Bento XVI.”

Por fim, o cardeal afirmou que o ecumenismo de Bento XVI era cristocêntrico, e também disse ter feito a experiência de que muitos representantes de outras igrejas e comunidades eclesiais têm o coração aberto a este conceito. “Podemos redescobrir a unidade na fé em Jesus Cristo”.

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