Presidente da Comissão para o Laicato da CNBB reforça importância de leigos e sacerdotes “caminharem juntos”: “o que nos une, o que é comum a todos nós, é a vocação batismal”
Julia Beck, com colaboração de Kelen Galvan
Enviada a Aparecida
Em fevereiro passado, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Giovane Pereira de Melo, participou da Conferência Internacional para os presidentes e referenciais das Comissões Episcopais para o Laicato, no Vaticano. O evento teve como tema “Pastores e fiéis leigos, chamados a caminhar juntos”.
O bispo, presente na Assembleia Geral da CNBB, que acontece em Aparecida (SP), recordou que muitos leigos também participaram do encontro e ressaltou a dinâmica de preparação para o Sínodo sobre a sinodalidade. “O Papa Francisco quis ouvir leigos e pastores, o testemunho de cada um”, disse. De acordo com o presidente da Comissão para o Laicato, o Pontífice desejou compreender como que em uma Igreja sinodal, cristãos leigos caminham junto com seus pastores.
Concílio Vaticano II
Outro eixo deste encontro, assinalou Dom Giovane, foi a formação. Foi trabalhado como os pastores e leigos caminham juntos na diversidade de ministérios e de serviços. Essa necessidade de uma estrada comum entre os presbíteros e os leigos foi evidenciada desde o Concílio Vaticano II.
“O Concílio Vaticano II, quando define a Igreja como Povo de Deus, coloca como fundamento desta identidade o batismo. Então, o que nos une, o que é comum a todos nós, é a vocação batismal. Esse primeiro chamado do Senhor para fazer parte da sua Igreja através do batismo, (…) na diversidade de carismas, de dons”.
O bispo lembrou que o Senhor chama os homens através do batismo para poderem “colaborar com a edificação do povo de Deus”. “Como batizados, como ministros ordenados, somos corresponsáveis com a missão do anúncio do Reino de Deus. E cada um vai fazer isso a partir da vocação a que o Senhor o chamou a partir do Batismo”.
Assembleia Geral e os leigos
Dom Giovane frisou que o espaço da assembleia, além de ser uma comunhão dos bispos da Igreja no Brasil, é uma comunhão das igrejas locais. “Os bispos trazem aqui para a assembleia as demandas, os desafios, as riquezas, as alegrias que eles vivenciam nas suas igrejas locais. De forma que, aquilo que a assembleia, os bispos aqui reunidos decidem, não deixa de ser reflexo daquilo que nós estamos vivendo em nossas igrejas particulares, em nossas dioceses”.
São nas Assembleias Gerais que o bispo comentou que surgem respostas pastorais aos desafios que estão sendo vividos, sempre em comunhão com o Papa Francisco, seu magistério e os documentos da Igreja. Nesse sentido, o bispo reforça que a Igreja no Brasil é aquela que sempre antecipa aquilo que a igreja universal está demandando:
“A Igreja no Brasil dá uma resposta muito rápida àquilo que o Papa coloca como necessidade da Igreja… e cada bispo, a partir da sua realidade, volta para a sua diocese com essas propostas pastorais e diretrizes, e procura responder aos desafios de sua Igreja local, iluminado por essas reflexões feitas na assembleia”.