O Secretário da Vice-Postulação da Causa de Beatificação e Canonização do Venerável Padre Rodolfo Komorek fala sobre o processo de canonização
Da Redação, com Huanna Cruz
Em uma série de duas máterias, o Secretário da Vice-Postulação da Causa de Beatificação e Canonização do Venerável Padre Rodolfo Komorek, o salesiano de Dom Bosco, Rômulo de Pádua Paula Passos Paes, irá nos apresentar os tipos, etapas e história do processo de canonização.
Os candidatos à santidade podem ser:
- mártires — aqueles que acolheram cristãmente a morte por ódio à fé;
- confessores — aqueles que foram testemunhas da fé, mas sem o sacrifício supremo da vida
- testemunhas da “oferta da vida” — sem matar por ódio à fé e sem o exercício prolongado de virtudes heroicas, ou seja, pessoas que voluntária e livremente ofereceram a vida pelos outros.
Ordinariamente, a causa de canonização compreende duas etapas: a Fase Diocesana e a Fase Romana, seja para o processo de beatificação como para o processo de canonização.
Início de uma Causa de Canonização
Segundo Rômulo, para o início de uma causa de canonização, é sempre necessária a “fama de santidade” da pessoa, ou a opinião comum das pessoas segundo a qual sua vida foi integra, rica de virtudes cristãs. Essa “fama de santidade” deve durar e pode crescer após sua morte. Quem conheceu a pessoa fala da exemplaridade da sua vida, da sua influência positiva, da sua fecundidade apostólica, da sua morte edificante e assim por diante.
Rômulo afirma que o candidato aos altares deve ter vivido heroicamente as virtudes cristãs, ou a disposição habitual de fazer o bem com firmeza, continuidade e sem hesitação. Deve ter praticado as virtudes em um nível muito alto, acima da média. Em outros casos, o objeto de verificação diz respeito às exigências do martírio cristão ou da oferta da vida.
“A Causa de Canonização compreende a canonização propriamente dita como o último degrau de uma escada que pressupõe outros: o candidato aos altares, para se tornar oficialmente santo, deve ser: primeiro, Servo de Deus, depois Venerável e, por fim, Beato”.
Causas de Canonização
De acordo com Rômulo, as Causas de Canonização dos Servos de Deus regem-se por uma lei pontifícia peculiar. E, por isso, a estas causas aplicam-se também os preceitos do Código de Direito Canônico, apenas quando na mesma lei se remete para o direito universal ou se trata de normas, que, pela natureza das coisas, afetam também as Causas.
Rômulo afirma que as Causas de Canonização na Igreja sofreram, ao longo da história, uma grande evolução, seja em termos de forma, seja em termos de estrutura, quanto à autoridade competente para declarar um Servo de Deus como Santo.
Pode-se afirmar, ressalta Rômulo, que durante os primeiros três séculos, o martírio foi a forma suficiente para a declaração de um Servo de Deus como Santo, mártir por Cristo. Com o tempo, foi imposta a necessidade de uma investigação prévia do fato do martírio, ou da vida e dos milagres do confessor da fé com “fama de santidade”, ou seja, uma investigação cada vez mais rígida e legal do ponto de vista eclesial, até se adotar, oficialmente, na Idade Média, a forma de um verdadeiro processo canônico.
“A distinção entre beatificação e canonização na história da Igreja é considerada recente, e publica a dimensão do culto atribuído Bem-aventurado ou Santo”.
Origem do processo de canonização
Segundo Rômulo, as causas de canonização tiveram sua origem na prática da Igreja primitiva em reconhecer e apresentar os mártires que deram a vida por Cristo, como modelo de vida, considerando o martírio como a expressão máxima da caridade.
Neste sentido, podemos citar como elencados entre os primeiros Santos registrados, aqueles que o calendário litúrgico nos recorda como os primeiros mártires da Igreja de Roma, celebrados em 30 de junho, ou seja, os cristãos que foram falsamente acusados pelo Imperador Nero de incendiar a cidade em 19 de julho de 64 e, por isso, foram condenados à morte depois de muitas torturas em uma perseguição que continuou até o ano 67.