HOMILIA

Sudão do Sul é chamado a caminhar na paz, afirma Cardeal Czerny

Prefeito do Dicastério para a Promoção do Serviço do Desenvolvimento Humano Integral celebrou Missa em memória a Santa Bakhita nesta quinta-feira, 8

Da Redação, com Vatican News

Cardeal Czerny durante celebração no Sudão do Sul / Foto: IMAGO/Joerg Boethling via Reuters Connect

Em meio à sua visita ao Sudão do Sul, o Prefeito do Dicastério para a Promoção do Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Michael Czerny, presidiu uma Missa nesta quinta-feira, 8. Em Malakal, celebrou a Solenidade de Santa Josefina Bakhita.

Em sua homilia, o cardeal refletiu sobre a vida da santa sudanesa, que foi vendida como escrava. Por esta razão, a data em que a Igreja comemora sua memória litúrgica também foi designado como o Dia Mundial de Oração pelas Vítimas do Tráfico Humano. Santa Bakhita é venerada como padroeira das vítimas desta ação criminosa e também do continente africano.

“A sua é também uma história de esperança, desde a prisão e a escravidão até ao encontro com Deus num convento de Irmãs”, sublinhou Czerny, “e até agradeceu aos seus sequestradores, porque sem eles não teria conhecido nem Jesus nem a Igreja”.

O prefeito recordou ainda as palavras que o Papa Francisco dedicou à santa africana na Audiência Geral de 11 de outubro do ano passado: “Esta é a alma de Bakhita. Na verdade, sentir piedade significa tanto sofrer com as vítimas da grande desumanidade do mundo, como ter pena daqueles que cometem erros e injustiças, não justificando, mas humanizando. Esta é a carícia que nos ensina: humanizar”.

Deixar os falsos deuses

Na sequência, o religioso apresentou algumas considerações sobre a primeira leitura da liturgia do dia, na qual o rei Salomão constrói templos para outros deuses para agradar suas esposas estrangeiras, desviando seu coração do Deus de seus pais (cf. 1Rs 11,4-13).

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“As tentações de adorar ídolos continuam até hoje”, alertou o cardeal. Ele indicou que os deuses atuais são diferentes dos de Salomão, mas não menos perigosos, e citou “o deus da ganância pela riqueza e pelo dinheiro que nos leva a privar os outros do bem comum; o deus da fome de poder, controlo e dominação, não só a nível nacional, mas também no seio das nossas comunidades e aldeias; o deus do tribalismo e do nacionalismo que nos incita a excluir os outros e a tratá-los como menos humanos, ou mesmo a matá-los”.

Caminhar na paz

“Esses falsos deuses realmente devastaram o Sudão do Sul, é hora de se levantar e denunciá-los”, declarou Czerny. Neste contexto, ele lembrou a viagem do Papa Francisco ao país no ano passado, e afirmou que Deus chama o povo sudanês a caminhar no caminho da paz.

“O Papa Francisco veio ao meio de vós como servidor do Evangelho. A sua visita marcou um novo começo no Sudão do Sul e temos o dever de seguir o seu exemplo. A unidade é a arma que possuímos para combater tudo o que nos divide e nos tira a paz”, manifestou o prefeito.

O Cardeal Czerny está em uma visita ao país africano desde a sexta-feira, 2. Ele já havia presidido outra Celebração Eucarística no domingo, 4, e concluirá sua viagem nesta sexta-feira, 9.

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