Padre Paulo Dalla Dea

Santuário de Lourdes, na França, ganha um capelão brasileiro

Padre Paulo Dalla Dea começará, em 1º de setembro de 2022, sua nova missão como capelão e divulgador do Santuário de Lourdes e da mensagem de Nossa Senhora para o mundo

Huanna Cruz
Da Redação

/ Foto: Santuário de Lourdes

Em 1º de setembro deste ano, um padre brasileiro, missionário da misericórdia, padre Paulo Dalla Dea, começará o seu novo trabalho como capelão do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França. Nessa nova missão, ele será divulgador do santuário e da mensagem de Nossa Senhora para Santa Bernadete e para o mundo.

Um capelão é uma pessoa que se preocupa em atender as pessoas, confessar, não é o responsável pelo santuário, mas tem “uma função extremamente pastoral”. Em Lourdes, existe uma grande equipe de capelães. São quase 40 padres, de várias línguas, de várias nações, de várias perspectivas teológicas.

Santuário de Nossa Senhora de Lourdes

O Santuário de Nossa Senhora de Lourdes é um santuário mariano, um dos maiores centros de peregrinação do mundo católico, à semelhança do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, na Cova da Iria, em Portugal; do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil; e da Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, no México.

Lourdes é um lugar de muita graça, ressalta padre Paulo, é um dos grandes santuários do mundo. “São grandes lugares da manifestação de Deus através da ternura de Maria. Um santuário é bem isso, um lugar da manifestação amorosa de Deus. E Lourdes é considerada a fábrica de Milagres da Europa”.

Em Lourdes, há uma equipe de médicos e cientistas, encarregados de comprovar ou não os milagres que acontecem. “E nesse lugar de graça, a minha missão é de atender as pessoas falantes do português: brasileiros, portugueses, angolanos, moçambicanos, cabo-verdianos e etc. O Reitor do Santuário, sabendo que eu falava português e estava para acabar meu mandato em Ars, pediu para que eu não renovasse e fosse para Lourdes”.

Padre Paulo Dalla Dea / Foto: Arquivo Pessoal

Padre Paulo falou que aceitou ser capelão de Lourdes porque está à disposição da Igreja, onde for preciso, lembrando que essa abertura e disponibilidade é um pedido do Papa Francisco.

O sacerdote afirma que não tem grandes planos ainda: sabe que precisa rezar missa em português, atender confissões em português e receber bem as pessoas que forem a Lourdes.

“Isso é o básico, e eu vou começar por aí. Se tivermos oportunidade de parcerias, vamos transmitir a missa e o rosário em português a partir da Gruta de Massabielle para o Brasil, para Portugal e para a África. Quero que a mensagem de Nossa Senhora de Lourdes para Bernadete seja divulgada como uma prática concreta do evangelho de Cristo. Uma mensagem bonita que pede que nós amemos e rezemos pelos pecadores, nesse mundo tão conturbado”.

Padre Paulo Dalla Dea e seu apostolado

Padre diocesano, ele tem 30 anos de padre, nasceu em Dois Córregos, estado de São Paulo. Entrou para o seminário dos missionários claretianos aos 18 anos. Depois, saiu e entrou no seminário diocesano de São Carlos, onde se ordenou padre no dia 2 de fevereiro de 1992. Possui mestrado em Teologia Pastoral com especialização em Adolescentes e Crisma, doutorado em Educação e Religião e um Pós-Doc no Canadá, em Ciências da Religião, além de ser professor na Faculdade Jauense.

Em 2015- 2016 (Ano do Jubileu da Misericórdia) ele se colocou à disposição para ajudar o Papa Francisco como missionário da misericórdia. No ano 2016, fez todo o trabalho pastoral que deveria ser feito por um missionário da misericórdia: pregar a misericórdia e atender confissões. Tudo o que era exigido.

“Depois eu esperava que a missão acabasse naquele ano do Jubileu. Mas no final do Jubileu, o Papa Francisco nos surpreendeu: mandando uma correspondência, dizendo que ele queria que a gente continuasse como missionários da misericórdia de forma definitiva e que tinha 2 condições. A primeira, era que o nosso bispo aceitasse. E a segunda é que a gente ficasse disponível para atender o pedido de um bispo em qualquer lugar do mundo na mesma língua. Eu aceitei e o meu bispo aceitou também”.

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Passados dois anos, recebeu o convite para trabalhar em Ars, no santuário de São João Maria Vianney. “Fui o primeiro missionário brasileiro a trabalhar no santuário de São João Maria Vianney. Posso dizer que estudei bastante o Cura d’Ars e aprendi muito com ele”.

Atualmente, acabando o mandato, sairá do santuário de São João Maria Vianney e irá para santuário de Nossa Senhora de Lourdes. 

Missionário da misericórdia

Para padre Paulo, ser missionário da misericórdia é uma experiência única. Primeiro, porque eles constituem um grupo pequeno no mundo inteiro: cerca de 1000. E também por fazer experiência de pregar e realizar a misericórdia acolhendo todas as pessoas.

“Tive experiências muito bonitas no ano da misericórdia, mas não posso contá-las por que foram em confissão. Também vi, por exemplo, gente sair da sua cidade e rodar 400 km de carro para vir se confessar comigo. Eu que sou um pecador e que sei das minhas limitações. Deus nos acolhe a todos. Porque somos todos pecadores. O único sem pecado foi Jesus Cristo. E Maria, que foi concebida sem pecado por causa do seu filho, Jesus Cristo, como preparação para a obra da Redenção”.

Ele explica que seguirá sendo missionário da misericórdia. “A menos que o outro Papa reforme a Cúria Romana, nós continuaremos a fazer parte da evangelização da igreja como missionários da misericórdia, por décadas, mesmo que o Papa Francisco venha a renunciar ou a falecer e outro Papa assuma o Pontificado”.

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