Estresse climático

Cuidado da casa comum é obrigação moral, reforça Papa

Papa enviou mensagem a uma conferência sobre ecossistemas e estresse climático organizada pela Pontifícia Academia das Ciências

Da Redação, com Boletim da Santa Sé 

Na mensagem, Papa fala do desafio de diminuir os riscos climáticos através da redução das emissões / Foto: Imagem de JuergenPM por Pixabay

O Papa Francisco enviou mensagem aos participantes da conferência que discute a “Resiliência de Pessoas e Ecossistemas sob estresse climático”. O evento ocorre entre hoje e amanhã, e é promovido pela Pontifícia Academia das Ciências.

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O fenômeno das mudanças climáticas foi apontado já no início da mensagem do Papa como uma emergência que saiu das margens para ocupar um lugar de destaque na sociedade. Os impactos negativos desta realidade foram sentidos nos sistemas industriais e agrícolas e na família humana global, especialmente nos que vivem nas periferias econômicas do mundo.

Francisco aponta dois desafios atuais: diminuir os riscos climáticos através da redução das emissões e ajudar e capacitar as pessoas a se adaptarem às mudanças climáticas que se agravam progressivamente.

Conversão ecológica

O texto traz uma abordagem multidimensional do problema, que considera a proteção das pessoas e do planeta. Ao citar trechos do livro do Gênesis e do evangelista Mateus, Francisco recorda a obra da criação, a bondade do mundo natural e a responsabilidade dos homens de serem administradores de tudo o que Deus criou e lhes confiou.

À luz desses ensinamentos bíblicos, o Papa faz uma advertência: “cuidar da nossa casa comum, mesmo sem considerar os efeitos das mudanças climáticas, não é simplesmente um esforço utilitário, mas uma obrigação moral para todos os homens e mulheres como filhos de Deus”. “Com isso em mente, cada um de nós deve se perguntar: ‘Que tipo de mundo queremos para nós mesmos e para aqueles que virão depois de nós’”?

Para ajudar a responder essa pergunta, Francisco recorda a necessidade de uma “conversão ecológica” (cf. Laudato Si’, 216-221). E essa é uma atitude que exige mudança de mentalidade e compromisso de trabalhar pela resiliência das pessoas e dos ecossistemas em que vivem.

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Nesse sentido, o Santo Padre destaca a necessidade de esforços corajosos, cooperativos e visionários entre líderes religiosos, políticos, sociais e culturais. E isso nas esferas local, nacional e internacional, como forma de encontrar soluções concretas para os graves e crescentes problemas enfrentados.

“Estou pensando, por exemplo, no papel que as nações mais favorecidas economicamente podem desempenhar na redução de suas próprias emissões e na prestação de assistência financeira e tecnológica para que as áreas menos prósperas do mundo sigam seu exemplo. Também é crucial o acesso à energia limpa e água potável, o apoio dado aos agricultores de todo o mundo para mudar para uma agricultura resiliente ao clima”.

Guerras e biodiversidade: tudo está conectado

A mensagem do Papa também expressa preocupação com a perda da biodiversidade e as várias guerras travadas em várias regiões do mundo. São fatores que impactam na sobrevivência e no bem-estar humanos, incluindo problemas da segurança alimentar e do aumento da poluição.

“Essas crises, juntamente com a do clima da Terra, mostram que ‘tudo está conectado’ (Fratelli Tutti, 34) e que promover o bem comum de longo prazo de nosso planeta é essencial para uma genuína conversão ecológica.”

Estado do Vaticano e o acordo de Paris

Francisco recorda, ainda, que aprovou a adesão da Santa Sé, em nome do Estado da Cidade do Vaticano, à Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e ao Acordo de Paris. Ao citar a era pós-industrial – lembrada como um dos períodos mais irresponsáveis ​​da história – diz acreditar que ainda “há motivos para esperar que a humanidade no alvorecer do século XXI seja lembrada por ter assumido generosamente suas graves responsabilidades” (Laudato Si’, 165).

Francisco encerra sua mensagem com um tom de esperança em trabalhos como o desta conferência, que se dedica a examinar impactos e buscar soluções práticas. “Trabalhando juntos, homens e mulheres de boa vontade podem abordar a escala e a complexidade das questões que estão diante de nós, proteger a família humana e o dom da criação de Deus dos extremos climáticos e promover os bens da justiça e da paz”, encerrou Francisco.

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