Observador permanente junto à Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (Osce) entregou declaração sobre o tema em conferência
Da Redação, com Vatican News
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Foto: Yurii Klymko via Canva
A Santa Sé está “profundamente preocupada com o aumento do antissemitismo” no mundo, em especial nos meios on-line. Foi o que afirmou o observador permanente da Santa Sé junto à Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (Osce) em declaração lida durante a Conferência sobre o combate ao antissemitismo na região da Osce.
O evento aconteceu em Helsinque, na Finlândia, entre os dias 10 e 11 de fevereiro, e teve a participação do secretário da Nunciatura Apostólica nos países nórdicos, padre Domenico Vitolo, que leu a declaração. De forma particular, a Santa Sé enfatizou a importância do papel da educação e dos “especialistas em tecnologia” no combate à “ignorância, ao preconceito e aos estereótipos”, gerando “um senso de respeito pelas comunidades judaicas” e criando uma tecnologia a serviço da “dignidade humana”.
Durante a declaração, ressaltou-se que todos os dados disponíveis confirmam um aumento global da “intolerância” motivada pelo antissemitismo, O crescimento deu-se sobretudo após os ataques de 7 de outubro de 2023 e o conflito em Gaza, que “desencadearam uma onda de discriminação e ódio antissemita e antimuçulmano”.
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Essas expressões de ódio estão encontrando mais espaço com a internet, as mídias sociais e a inteligência artificial. “O conteúdo antissemita nas mídias sociais tem um público global e pode facilmente se tornar viral graças à amplificação algorítmica, com um efeito multiplicador sem precedentes”, diz a declaração.
Papel da educação
O observador reiterou que “a liberdade de expressão, como qualquer outro direito humano, implica responsabilidades que não podem ser negligenciadas”. Dessa forma, o combate ao “ódio cibernético” e às “falsidades” geradas pela inteligência artificial exige o compromisso de “especialistas no campo” da tecnologia, especialmente aqueles que fornecem serviços de Internet e mídia social, para que possam criar uma tecnologia a serviço da “dignidade humana” que promova “a paz em vez da violência”.
A Santa Sé também destacou a importância da educação no combate ao antissemitismo. “A ignorância, os preconceitos e os estereótipos contribuem para o antissemitismo em nossas sociedades”, observou, e “a educação pode construir um baluarte contra eles, tornando nossa sociedade – e em particular as crianças e os jovens – consciente da responsabilidade comum de proteger a dignidade humana de todas as pessoas”.
Neste contexto, encontra-se o “compromisso de promover o diálogo ecumênico e inter-religioso em vários níveis”, especialmente “entre a Igreja católica e o povo judeu”. Por meio da Comissão para as relações religiosas com o judaísmo, são assegurados o “diálogo”, o “respeito mútuo”, o “crescimento da amizade” e “um testemunho comum diante dos desafios de nosso tempo, que nos impelem a trabalhar juntos para o bem da humanidade”.