Missão diplomática da Santa Sé pediu nas Nações Unidas que as nações desenvolvidas ajudem os países em desenvolvimento com o alívio da dívida

O arcebispo Gabriele Giordano Caccia, Observador Permanente do Vaticano junto à ONU / Foto: Reprodução Youtube
Da redação, com Vatican News
O Arcebispo Gabriele Caccia, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Nova York, discursou em dois painéis da ONU sobre a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
O arcebispo afirmou que a comunidade internacional tem a “responsabilidade moral e política” de ajudar os países a alcançar o desenvolvimento sustentável.
O prelado se concentrou especialmente nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, nos países africanos e nas nações em desenvolvimento em dois discursos em Nova York em 16 de julho.
“A realidade persistente e generalizada da pobreza”, disse o Arcebispo Caccia, “continua a afligir milhões de pessoas, negando-lhes o bem-estar material e minando a dignidade que lhes foi dada por Deus, enquanto sufoca seu desenvolvimento humano integral”.
A Santa Sé, acrescentou, acredita firmemente que a comunidade internacional deve permanecer focada no objetivo de erradicar a pobreza, que ele chamou de “imperativo moral” e exercício econômico.
Alívio imediato
Muitos países em desenvolvimento lutam com o fardo de pagar dívidas soberanas insuportáveis, disse ele, observando que 3,4 bilhões de pessoas vivem em nações que gastam mais com juros do que com saúde e educação juntas.
“Oferecer alívio da dívida não é um ato de generosidade”, disse ele, “mas um passo necessário para criar o espaço fiscal de que os países precisam para investir no desenvolvimento integral”.
Dom Caccia, portanto, pediu “alívio imediato da dívida, incluindo cancelamento e reestruturação da dívida”, bem como acesso a subsídios para países que lutam com níveis de dívida insustentáveis.
Com foco nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, ele disse que o peso da dívida continua sendo um dos maiores obstáculos para o mundo alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030.
Cerca de 40% desses países estão em situação de sobreendividamento e carregam um fardo mais pesado com a dívida ecológica e os desastres ambientais que afetam predominantemente as nações em desenvolvimento.
“O alívio da dívida por si só não é uma panaceia”, disse o arcebispo. “No entanto, tem o potencial de transformar as perspectivas de desenvolvimento dos [pequenos Estados insulares em desenvolvimento], proporcionando-lhes espaço fiscal para investir em pilares essenciais, como infraestrutura, adaptação climática, sistemas de saúde e educação.”