Padre Carlos Cabecinhas presidiu a missa dominical na Cova da Iria; Sacerdote recordou avós e idosos
Da redação, com Santuário de Fátima
Foto: Santuário de Fátima
O reitor do Santuário de Fátima alertou, neste domingo, 25, para a indiferença e as diversas formas de abandono dos mais velhos. A homilia do padre Carlos Cabecinhas foi proferida durante a missa dominical na Cova da Iria. Na data, foi celebrada de forma especial o I Dia Mundial dos Avós e dos Idosos.
“Este é um dia que nos lembra que devemos dar graças a Deus pelos nossos avós, vivos ou já defuntos, e rezar por eles”. Com esta frase, o sacerdote salientou as inúmeras ocasiões em que devemos lembrar dos mais velhos. Os idosos “sofreram particularmente” durante a pandemia. Isso, por conta da “solidão”, pelas “dificuldades materiais” ou pela “doença”.
A celebração, apontou o presbítero, recordou os mais idosos que vivem em dificuldades. “Aqueles que, por causa da pandemia, têm experimentado a solidão; aqueles que, pela doença, são abandonados nas camas dos hospitais”.
Durante a pandemia, padre Carlos afirmou que se multiplicaram as notícias dos idosos sozinhos e que, depois da alta hospitalar, não tiveram ninguém para os acolher. O sacerdote recordou também aqueles que depois de uma vida inteira de trabalho nada têm e vivem com tantas dificuldades.
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Evangelho da multiplicação dos pães
A partir da liturgia proclamada neste domingo, que relata a multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus sacia a multidão. O reitor do Santuário sublinhou que hoje este milagre concretiza-se na “partilha, na solidariedade e na generosidade”.
“Quando somos capazes de sair do nosso egoísmo e da nossa indiferença diante do sofrimento dos outros, e quando estamos disponíveis para partilhar os dons de Deus com os outros eles não só chegam para todos como sobram”, frisou.
Padre Carlos destacou que a generosidade, a partilha e a solidariedade nunca empobrecem ninguém. “São geradoras de vida e de vida em abundância”.
“Ele sacia a fome através da nossa partilha com os outros, da nossa disponibilidade e da nossa atenção aos outros”, acrescentou. O presbítero apontou o exemplo os Santos Pastorinhos que, depois das aparições, aprenderam a “compadecer-se” dos outros.
A celebração, de acordo com o sacerdote, pede a todos que não fiquem indiferentes. “Somos convidados a visitar os mais velhos, as pessoas que estão sozinhas”, porque “esta é uma forma de partilha e de realizar milagres”, concluiu.
Após a homilia
Após a homília, os peregrinos foram convidados a escutar e a rezar a oração do Papa para este dia. Um casal de avós conduziu o momento juntamente com voluntários do Santuário de Fátima.
A Igreja celebra o I Dia Mundial dos Avós e dos idosos, na véspera da festa litúrgica de Santa Ana e São Joaquim, os avós de Jesus. Na mensagem para este dia, o Papa Francisco evoca o sofrimento dos mais velhos durante a pandemia.
“A pandemia foi uma tempestade inesperada e furiosa, uma dura provação que se abateu sobre a vida de cada um, mas a nós, idosos, reservou-nos um tratamento especial, um tratamento mais duro”, escreveu Francisco.
A mensagem, intitulada ‘Eu estou contigo todos os dias’, dirige-se aos avôs e avós de todo o mundo, em um “tempo difícil”.
“Muitíssimos de nós adoeceram – e muitos partiram –, viram apagar-se a vida do seu cônjuge ou dos seus entes queridos, e tantos – demasiados – viram-se forçados à solidão por um tempo muito longo, isolados”, recordou o Papa. Francisco apresenta-se como um idoso e sublinha a importância de manter viva a fé em um momento de particular sofrimento.
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