A partir de agora, atuação pastoral terá o nome de “serviço à vida”; Pastoral Familiar também vai considerar o “cuidado” com a vida
Da redação, com CNBB
Uma nova proposta foi apresentada pelo bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers, durante encontro virtual de formação, na ultima terça-feira, 24, com os escolhidos para atuar no serviço à vida em todos os regionais do Brasil.
Dom Ricardo apresentou o material que norteará a “assimilação do carisma pelo qual nós queremos viver dentro da dimensão vida e família o serviço à vida”. Tal carisma, segundo dom Ricardo, deve ter “uma identidade, uma expressão, uma linguagem”, que está em construção a partir do material estudado durante o encontro.
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A ideia do serviço à vida parte da exortação apostólica Familiaris Consortio, do Papa João Paulo II. O documento propõe quatro deveres essenciais para fortalecer o sentido da família na vida cristã: a formação de uma comunidade de pessoas; o serviço à vida; a participação no desenvolvimento da sociedade; e a a participação na vida e na missão da Igreja.
“Desses quatro deveres, destacamos neste projeto, o “serviço à vida”, como fundamento para organizarmos nossa Pastoral Familiar em nível Nacional com ações concretas para a promoção, defesa e cuidado da vida dentro do agir pastoral, em coerência com os documentos da Igreja: ‘Assim a tarefa fundamental da família é o serviço à vida’ (FC n.28)”, destaca o material.
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A expressão “serviço à vida” caracteriza muito bem a proposta da Comissão Vida e Família no organograma da Pastoral Familiar, tendo em vista que, pela abrangência e multiplicidade de iniciativas e ações no Brasil, a dimensão da vida precisa ser expressa de maneira a abarcar e envolver todos os trabalhos afins.
Atualmente, são encontrados diversos exemplos de serviço à vida, como as casas pró-vida, casas de acolhida, observatórios de Bioética, associações, comissões diocesanas de defesa da vida e muitas outras atividades. A expressão “serviço à vida”, dessa forma, contempla e abraça a todas essas iniciativas, pois trata-se de um serviço permanente e integral que perpassa todas as ações da Pastoral Familiar.
Dom Ricardo Hoepers destaca, no entanto, que o serviço à vida não é uma nova estrutura. “Não estamos criando nenhum trabalho paralelo, não estamos criando nada de novo, não estamos criando mais um setor, não estamos criando nenhum movimento. Estamos sim organizando o nosso trabalho de promoção, de defesa e de cuidado no serviço à vida dentro da Pastoral Familiar. É muito importante essa perspectiva que é fundamental de unidade”, sustentou o bispo, que ainda sublinhou no material oferecido o caráter transversal do serviço.
Casais cooperadores
Para articular o serviço à vida, a Pastoral Familiar conta, desde o primeiro semestre, com casais escolhidos para esta missão. Dom Ricardo ressaltou a identidade proposta para estes agentes: casais cooperadores do SERVIÇO À VIDA. A origem da expressão também está na Familiaris Consortio, no segundo capítulo, sobre a transmissão da vida, quando São João Paulo II fala dos “Cooperadores do amor de Deus criador” (FC n. 28).
“Este casal será responsável em motivar, organizar e participar de atividades pastorais que vão promover, defender e cuidar dos temas relacionados os dilemas da vida propostas pela Comissão Vida e Família da CNBB”.
O material indica que o casal cooperador terá a responsabilidade de atuar como uma “ponte” entre as propostas da Pastoral Familiar Nacional com os Regionais e Dioceses, com as demais Pastorais, como a da Criança, da Pessoa Idosa, da AIDs e da Saúde.
Após três formações realizadas nos últimos meses, o grupo que atuará na cooperação no serviço à vida iniciará no levantamento de iniciativas e situações que mereçam atenção no âmbito local.