Inaugurando um novo centro de cuidados paliativos em Passoscuro, o cardeal Pietro Parolin insiste na urgência da negociação para o conflito na Ucrânia, destacando mais uma vez a disponibilidade da Santa Sé em contribuir para o processo de mediação
Da redação, com Vatican News
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, inaugurou nesta terça-feira, 22, um novo centro de cuidados paliativos na cidade italiana de Passoscuro, aos arredores de Roma. O novo centro opera sob os auspícios do hospital pediátrico Bambino Gesù e atualmente abriga várias crianças ucranianas que foram forçadas a fugir de sua terra natal devido à guerra.
Acabar com o ‘massacre’
Em comentários a repórteres à margem da posse, o cardeal Parolin disse que a situação que trouxe as crianças ucranianas para a Itália é “verdadeiramente inaceitável”. O religioso disse que são as pessoas, e especialmente “as pessoas mais fracas, as mais vulneráveis” que pagam o preço da guerra.
O cardeal denunciou a guerra de quase um mês como um “massacre”: “Acho que estamos todos perdidos diante do que aconteceu e continua acontecendo, sem saber o que o futuro reserva, esperando pôr fim a este massacre — eu o definiria assim — e que conseguiremos, em primeiro lugar, parar a guerra e depois iniciar negociações que possam levar a uma solução”.
A “boa vontade” necessária para a paz
O Papa Francisco expressou continuamente a disposição da Santa Sé para acabar com a guerra de todas as maneiras possíveis, uma posição repetida pelo cardeal Parolin. O secretário de Estado insistiu, no entanto, que uma vontade genuína é necessária para um avanço.
“Sempre há a possibilidade de encontrar uma solução, uma solução que seja honrosa para todos”, disse ele. “Basta ter boa vontade”, continuou o cardeal, acrescentando que nesta situação “é preciso muita boa vontade”. No entanto, disse ele, “a alternativa é a guerra, a alternativa é a violência, a alternativa é a morte”.
Por fim, o secretário de Estado do Vaticano disse que a Santa Sé insiste na necessidade de negociações, acrescentando: “estamos disponíveis [para ajudar nas negociações] na medida em que as partes pensem que também podem valer-se de nossa colaboração para ajudar a acabar com esta guerra”.