Atravessando uma crise sem precedentes, com uma inflação que já extrapolou os 800%, o país africano tem medade de sua população em asbsoluta pobreza
Da redação, com ACN
A fundação pontifícia ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) lança uma campanha de auxílio urgente para o Sudão do Sul. O país africano atravessa uma crise pós-guerra civil sem precedentes, com inflação que extrapolou 800% em um único mês, mais da metade da população vive em pobreza absoluta — com expectativa de vida de apenas 57 anos — e 70% da população é analfabeta.
“A miséria e a guerra atravessam a vida desse povo, e quando pensamos nas crianças, a tragédia torna-se ainda pior, são mais de 600 mil crianças em desnutrição aguda. Um terço das escolas foi destruída durante a guerra. E o pior, um dos maiores crimes da humanidade acontece no Sudão do Sul: as crianças-soldados. Já são mais de 15.000 crianças-soldados que muitas vezes são drogadas, forçadas a cometerem assassinatos e até mesmo a praticar canibalismo com suas vítimas. Nós temos a solução para salvá-los de uma tragédia ainda maior, desde que possamos contar com o apoio de nossos benfeitores”, enfatiza o assistente eclesiástico da ACN-Brasil, Frei Rogério Lima.
O país esteve oficialmente em guerra civil até 2020. No entanto, os massacres, a violência e a miséria continuam. De acordo com a ONU, o Sudão do Sul vive agora a pior crise alimentar de sua história. Para as famílias que ainda têm emprego, o salário muitas vezes é suficiente apenas para comprar pão. “Infelizmente essa situação de fome, miséria e guerra tem sido tratada com indiferença por muitos, mas não pela Igreja Católica. Em 2019, o próprio Papa Francisco chegou ao ponto de se ajoelhar e beijar os pés do líderes sul-sudaneses, pedindo que eles trabalhassem pela paz”, relembra Frei Rogério.
A campanha de auxílio urgente para o Sudão do Sul visa manter uma ajuda por meio dos catequistas. Eles são verdadeiros líderes comunitários formados por sacerdotes e religiosas que permanecem no país, também ajudados pela ACN. Muitas organizações humanitárias foram forçadas a sair do Sudão do Sul por causa da violência, mas a Igreja permanece lá. Os sacerdotes, religiosas e catequistas permanecem mesmo em tempos de guerra e miséria.
Segundo o Frei Rogério, são os catequistas que muitas vezes percorrem dezenas de quilômetros para visitar as comunidades afastadas e, agora, é o momento de nos juntarmos nessa jornada. “Eles não nos pedem conforto, eles dormem no chão e moram em uma cabana sem energia elétrica ou água encanada; eles não nos pedem casa, pedem uma bicicleta para que possam chegar a mais comunidades distantes; eles não nos pedem roupas, nos pedem comida para que possam sobreviver e partilhar um pouco com os que têm menos do que eles. E mais do que tudo, eles querem levar a Palavra de Deus e a ajuda social a mais comunidades que vivem em extrema miséria”, enfatiza Frei Rogério.
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