Livro que será publicado na terça-feira, 16, reúne perguntas de crianças de todo o mundo ao Pontífice, com temas como guerra, cuidado da natureza e migração
Da Redação, com Vatican News
Será lançado, na terça-feira, 16, um livro que reúne perguntas feitas por crianças ao Papa Francisco, e as respostas do Santo Padre aos pequeninos. Editado por um jornalista vaticano, a obra toca em assuntos como a guerra e a paz, o cuidado com a natureza e a crise migratória sob a perspectiva infantil.
Alguns trechos foram divulgados neste sábado, 14. Em um deles, o pequeno Darío pergunta ao Papa: “Por que existem guerras?”. O Santo Padre responde que, quando as pessoas se tornam adultas, podem cair na tentação de se tornarem egoístas e de querer poder e dinheiro, mesmo que isso signifique entrar em guerra com outro país e matar outras pessoas. “As guerras são sempre erradas”, ensina.
Já Isabela, que tem nove anos e é do Panamá, questiona se Francisco acredita que “um dia a paz será alcançada em todo o mundo”. Ele afirma que sim, a paz é possível e alcançável, e que tem a esperança de que, mais cedo ou mais tarde, os “adultos” entendam que, em um mundo completamente em paz, todos poderão viver melhor. “O amor vence a guerra e nos faz felizes”, resume o Pontífice.
Cuidado com a natureza e crise migratória
O norueguês Paul, também de nove anos, pergunta por que se deve cuidar da natureza. Diante disso, o Papa explica que “as mudanças climáticas e a poluição causada pelos seres humanos podem levar ao desaparecimento da humanidade”. O Santo Padre, contudo, indica que tem fé em uma tomada de consciência coletiva dos jovens e das crianças sobre as questões ambientais. “Todos nós, juntos, não devemos mais sujar a Criação, devemos cuidar dela, sempre escolhendo ações para o bem do nosso habitat, porque é a nossa Casa comum”, manifesta.
Leia mais
.: Papa Francisco anuncia iniciativa “Aprendamos com as crianças”
.: Papa se manifesta contra o trabalho infantil: “as crianças são a esperança”
Samuel, de 10 anos, mora em um campo de refugiados no Sudão. Ele relata para Francisco que vive com amigos desnutridos e, “quando tudo vai bem”, conseguem fazer uma refeição por dia. Samuel também conta que sorri quase sempre, mesmo que, às vezes, “de repente, sinta vontade de chorar. Porque gostaria de fugir para bem longe…”.
O Pontífice expressa sua compreensão, e diz que “todas as crianças devem poder ir à escola e ter espaços para brincar e se divertir”. Ele também pede para as crianças africanas que não percam a esperança em um futuro melhor. “Acredito que, mais cedo ou mais tarde, os países mais ricos entenderão que não podem continuar a usar e depois abandonar as terras de vocês (…) e iniciarão uma transformação social que permitirá a todos uma vida digna e a possibilidade de sonhar com um tempo próspero não muito distante”, exprime.