Vida consagrada

Papa emérito Bento XVI completa 70 anos de sacerdócio

Secretário de Bento XVI destaca que ser sacerdote é, para o Papa Emérito, o coração da sua vida

Denise Claro e Jéssica Marçal
Da Redação, com colaboração de Lizia Costa

Papa Emérito Bento XVI /Foto: Sven Hoppe – Pool via REUTERS

70 anos de sacerdócio, sendo quase oito vividos com a missão de Papa. Nesta terça-feira, 29, o Papa Emérito Bento XVI recorda sua ordenação sacerdotal, realizada em 29 de junho de 1951. “Ser sacerdote, para ele, é justamente o coração da sua vida”, diz seu secretário, Dom Georg Gänswein.

O arcebispo falou à correspondente do Jornalismo Canção Nova em Roma, Lizia Costa, sobre a data de hoje. A reportagem completa vai ao ar hoje, às 18h45, no telejornal Canção Nova Notícias, na TV Canção Nova.

Dom Georg Gänswein / Foto: Lizia Costa

Em suas declarações, o arcebispo lembrou que ser sacerdote era a meta desejada por Bento desde jovem. E uma vez ordenado sacerdote, toda a sua vida foi vivida assim, independente dos compromissos e cargos que foi recebendo ao longo do tempo.

Dom Georg ressalta ainda o grande tesouro que são os escritos do Papa Emérito sobre o sacerdócio. Inclusive, um dos últimos foi sobre isso. Foram muitas pesquisas teológicas sobre o sacerdócio católico que resultaram em documentos valiosos também para os dias de hoje. “Muitos sacerdotes jovens escrevem e agradecem porque se alimentam da leitura desses escritos do Papa Bento”, revela.

Novo livro: “Bento XVI. Vida e Desafios”

Por ocasião da data, a Fundação Joseph Ratzinger promove o lançamento de um livro sobre o Papa emérito: “Bento XVI. Vida e Desafios”. A obra é do jornalista Luca Caruso com prefácio de Dom Georg Gänswein.

O novo livro sobre Bento XVI / Foto: Divulgação

Caruso também conversou com a repórter Lizia Costa. Ele contou que o trabalho traz a longa e intensa vida de Bento XVI, que atravessou as principais dinâmicas históricas de seu tempo. Ele também viveu como protagonista os eventos eclesiais da época, como o Concílio Vaticano II e o longo pontificado de João Paulo II.

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Mas o relato é abordado através também dos desafios que precisou enfrentar: o contexto da Segunda Guerra, o paganismo, relativismo e também a reforma da Igreja.

“Emerge este homem simples, este homem de Deus, animado por uma profunda fé e um abandono confiante àquela que sente ser a vontade do Senhor em sua vida. Ao mesmo tempo, um servidor da verdade, que é a verdade de Deus a cujo serviço se colocou totalmente”, avalia o autor.

Segundo Caruso, Bento XVI é um homem que vive imerso no mistério de Deus. “São 70 anos daquele ‘sim’ em que ele se tornou padre para sempre e esse é seu testemunho que ainda hoje fala ao mundo”.

Mostra sobre Bento XVI

Também para comemorar os 70 anos de sacerdócio do Papa Emérito, os Museus dos Papas e a Galeria Arte Poli promovem uma mostra sobre Bento XVI. São imagens e objetos expostos pela primeira vez e que querem ser um testemunho do seu caminho de fé, coragem e determinação.

Entre os objetos da mostra, estão o porta-retrato onde Bento XVI deixa o convite de sua ordenação sacerdotal. O Papa Emérito guarda o objeto em sua escrivaninha, mas emprestou para a mostra. Também há a lembrança de sua Primeira Comunhão e da primeira Missa.

Da escrivaninha de Bento para a mostra: o porta-retrato onde Bento XVI guarda o convite de sua ordenação / Foto: Lizia Costa

A mostra será de 29 de junho ao próximo dia 22 de dezembro na Galeria Arte Poli, em Roma.

Ordenação e obra sobre sacerdócio

Bento XVI foi ordenado em 29 de junho de 1951, juntamente com seu irmão Georg, pelo então arcebispo de Munich e Freising, Cardeal Faulhaber.

A citação paulina “Não é nossa intenção dominar a fé que vocês têm, mas colaborar para que vocês tenham alegria” (2Cor 1,24) acompanhou Joseph Ratzinger desde o dia de sua ordenação sacerdotal.

“Éramos mais de quarenta candidatos. Quando éramos chamados, respondíamos ‘Adsum’ (estou aqui)”, escreve o próprio Ratzinger em sua autobiografia. “Era um esplêndido dia de verão, inesquecível, como o momento mais importante da minha vida”.

Bento XVI escreveu o volume XII da Opera Omnia, intitulada “Anunciadores da Palavra e servidores da vossa alegria”, e o dedicou ao sacerdócio.

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O livro, cujo subtítulo é “Teologia e Espiritualidade do Sacramento da Ordem”, recolhe mais de 80 textos sobre o ministério eclesiástico. Entre eles, estudos teológico-científicos, meditações sobre espiritualidade sacerdotal e homilias sobre o serviço episcopal, sacerdotal e diaconal. Um fruto da atividade do teólogo, bispo e Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger, cobrindo um lapso período de quase meio século, de 1954 a 2002.

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