Dom Camilo Faresim

Papa destaca dedicação de bispo que atuou como missionário no Brasil

Francisco recebeu membros da Fundação Faresim dedicada ao bispo Dom Camilo Faresim, missionário que se dedicou aos pobres e atuou muitos anos como bispo no Brasil

Da redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

O Papa Francisco recebeu em audiência, neste sábado, 16, membros da Fundação Dom Camilo Faresim dedicada ao bispo missionário que viveu no Brasil no século passado.

O Santo Padre destacou o amor incansável de Dom Camilo pelos pobres e necessitados e lembrou: “seu nome está incluído no ‘Jardim dos Justos’ em Jerusalém, pelo seu esforço, com caridade e coragem, em favor dos judeus perseguidos”.

O compromisso incansável de Dom Camilo pelos últimos foi um aspecto que caracterizou a vida deste bispo, que durante muitos anos foi pastor da Diocese de Guiratinga, no Mato Grosso.

“Exemplo de sensibilidade missionária e de fé na Providência, que junto com seus dois irmãos sacerdotes – padre Santo, salesiano, e padre Giovanni Battista, sacerdote diocesano – dedicou-se sem reservas entre os pobres e necessitados do Brasil”, destacou Francisco.

O discurso do Papa foi lido à Fundação por monsenhor Filippo Ciampanelli, da Secretaria de Estado, devido às persistentes sequelas de um resfriado.

No texto, o Pontífice explica que os três irmãos “aprenderam o valor da caridade e do fervor missionário no contexto de uma família simples, devota, modesta e digna”, um ambiente em que “souberam captar, com a graça de Deus, uma mensagem e um convite para o seu futuro a estar entre os últimos, para ajudar os últimos”, o que “fizeram com amor incansável, com generosidade e inteligência, mesmo em meio a grandes dificuldades”.

A Fundação Faresim segue seus passos e há vinte anos oferece formação, assistência social, cuidados de saúde e oportunidades de emprego para muitas pessoas no Brasil, na Itália e em outras partes do mundo.

Um humilde servo dos humildes

Francisco explicou que o nome de Dom Camilo Faresim está incluído no “Jardim dos Justos” em Jerusalém, porque, antes de partir para o Brasil, bloqueado em Roma, devido à Segunda Guerra Mundial, ele não se deixou deter pelas circunstâncias, fazendo o máximo com caridade e coragem na assistência aos judeus perseguidos.

“Por toda a sua vida, como sacerdote e depois como bispo, com um impulso irresistível, fez-se próximo dos mais desafortunados, sem os abandonar uma vez terminado o seu mandato episcopal. Na verdade, permaneceu entre seu povo, no Mato Grosso, até sua morte, como humilde servo dos humildes, continuando assim no escondimento, como amigo e companheiro de caminho, o mesmo ministério que durante muitos anos exerceu como guia e pastor”, destacou o Papa.

O Santo Padre afirmou ainda que Dom Faresim deixou um grande exemplo para ser imitado: estar com os últimos, sempre!

“Como? Escolhendo e privilegiando, nos vossos projetos, as realidades mais pobres e desprezadas como lugares especiais onde permanecer, e como ‘terras prometidas’ para as quais podeis partir e onde podeis ‘montar as vossas tendas’ para iniciar novas obras. E fazê-lo com uma presença concreta e próxima das comunidades que servem, a partir de dentro, no local, trabalhando entre os pobres e partilhando com eles as suas vidas tanto quanto possível”, explicou.

Agir juntos e crescer unidos no bem

Às pessoas comprometidas na Fundação Faresin, Francisco recomenda buscar sempre criar sinergias, também com outras realidades religiosas e associativas, porque “trabalhar em conjunto já é em si um anúncio do Evangelho vivido”, e além de uma forma inteligente de otimizar os recursos é um caminho de formação na caridade e na comunhão.

“Agir juntos, de fato não significa apenas fazer o bem, mas também crescer unidos no bem, uns servindo e apoiando os outros. Os recursos mais importantes para as obras do Senhor não são as coisas, mas somos nós, sabiamente colocados próximos uns dos outros porque partilhamos o que somos: a nossa paixão, a nossa criatividade, as nossas capacidades e experiências, e também as nossas fraquezas e fragilidades. Desta partilha paciente, na valorização do contributo de todos, nascem frutos de grande dinamismo e concretude, como testemunha a história passada e presente da vossa Fundação”, concluiu o Papa.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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