Francisco recebeu membros da Fundação Faresim dedicada ao bispo Dom Camilo Faresim, missionário que se dedicou aos pobres e atuou muitos anos como bispo no Brasil
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, neste sábado, 16, membros da Fundação Dom Camilo Faresim dedicada ao bispo missionário que viveu no Brasil no século passado.
O Santo Padre destacou o amor incansável de Dom Camilo pelos pobres e necessitados e lembrou: “seu nome está incluído no ‘Jardim dos Justos’ em Jerusalém, pelo seu esforço, com caridade e coragem, em favor dos judeus perseguidos”.
O compromisso incansável de Dom Camilo pelos últimos foi um aspecto que caracterizou a vida deste bispo, que durante muitos anos foi pastor da Diocese de Guiratinga, no Mato Grosso.
“Exemplo de sensibilidade missionária e de fé na Providência, que junto com seus dois irmãos sacerdotes – padre Santo, salesiano, e padre Giovanni Battista, sacerdote diocesano – dedicou-se sem reservas entre os pobres e necessitados do Brasil”, destacou Francisco.
O discurso do Papa foi lido à Fundação por monsenhor Filippo Ciampanelli, da Secretaria de Estado, devido às persistentes sequelas de um resfriado.
No texto, o Pontífice explica que os três irmãos “aprenderam o valor da caridade e do fervor missionário no contexto de uma família simples, devota, modesta e digna”, um ambiente em que “souberam captar, com a graça de Deus, uma mensagem e um convite para o seu futuro a estar entre os últimos, para ajudar os últimos”, o que “fizeram com amor incansável, com generosidade e inteligência, mesmo em meio a grandes dificuldades”.
A Fundação Faresim segue seus passos e há vinte anos oferece formação, assistência social, cuidados de saúde e oportunidades de emprego para muitas pessoas no Brasil, na Itália e em outras partes do mundo.
Um humilde servo dos humildes
Francisco explicou que o nome de Dom Camilo Faresim está incluído no “Jardim dos Justos” em Jerusalém, porque, antes de partir para o Brasil, bloqueado em Roma, devido à Segunda Guerra Mundial, ele não se deixou deter pelas circunstâncias, fazendo o máximo com caridade e coragem na assistência aos judeus perseguidos.
“Por toda a sua vida, como sacerdote e depois como bispo, com um impulso irresistível, fez-se próximo dos mais desafortunados, sem os abandonar uma vez terminado o seu mandato episcopal. Na verdade, permaneceu entre seu povo, no Mato Grosso, até sua morte, como humilde servo dos humildes, continuando assim no escondimento, como amigo e companheiro de caminho, o mesmo ministério que durante muitos anos exerceu como guia e pastor”, destacou o Papa.
O Santo Padre afirmou ainda que Dom Faresim deixou um grande exemplo para ser imitado: estar com os últimos, sempre!
“Como? Escolhendo e privilegiando, nos vossos projetos, as realidades mais pobres e desprezadas como lugares especiais onde permanecer, e como ‘terras prometidas’ para as quais podeis partir e onde podeis ‘montar as vossas tendas’ para iniciar novas obras. E fazê-lo com uma presença concreta e próxima das comunidades que servem, a partir de dentro, no local, trabalhando entre os pobres e partilhando com eles as suas vidas tanto quanto possível”, explicou.
Agir juntos e crescer unidos no bem
Às pessoas comprometidas na Fundação Faresin, Francisco recomenda buscar sempre criar sinergias, também com outras realidades religiosas e associativas, porque “trabalhar em conjunto já é em si um anúncio do Evangelho vivido”, e além de uma forma inteligente de otimizar os recursos é um caminho de formação na caridade e na comunhão.
“Agir juntos, de fato não significa apenas fazer o bem, mas também crescer unidos no bem, uns servindo e apoiando os outros. Os recursos mais importantes para as obras do Senhor não são as coisas, mas somos nós, sabiamente colocados próximos uns dos outros porque partilhamos o que somos: a nossa paixão, a nossa criatividade, as nossas capacidades e experiências, e também as nossas fraquezas e fragilidades. Desta partilha paciente, na valorização do contributo de todos, nascem frutos de grande dinamismo e concretude, como testemunha a história passada e presente da vossa Fundação”, concluiu o Papa.