SOLENIDADE

Padre: “Somos vocacionados à comunhão da vida divina com a Trindade”

Igreja Católica celebra, neste domingo, 4, a Solenidade da Santíssima Trindade; Sacerdote explica mistério trinitário e cita o “sinal da cruz”

Gabriel Fontana
Da Redação

Representação iconográfica da Santíssima Trindade em Igreja na França / Foto: David Mark por Pixabay

Neste domingo, 4, os católicos celebram a Solenidade da Santíssima Trindade. O mistério em torno de Deus Pai, Filho e Espírito Santo é definido pelo Catecismo da Igreja Católica (CIC) como o “mistério central da fé e da vida cristã, (…) a fonte de todos os outros mistérios da fé e a luz que os ilumina” (n. 234).

A solenidade é celebrada no primeiro domingo após Pentecostes, que este ano foi comemorado em 28 de maio. O motivo está estritamente ligado ao papel desempenhado pelo Espírito Santo, também explicado pelo CIC: “O envio da pessoa do Espírito, após a glorificação de Jesus, revela em plenitude o mistério da Santíssima Trindade” (n. 244).

“No dia de Pentecostes, a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo, que Se manifestou, deu-Se e comunicou-Se como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito. Neste dia, revelou-Se plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo abre-se aos que n’Ele creem. Na humildade da carne e na fé, eles participam já na comunhão da Santíssima Trindade” (n. 731 e 732), lê-se no CIC.

Padre Willian Guimarães, Comunidade Canção Nova / Foto: Arquivo pessoal

Contemplando o mistério

O missionário da Comunidade Canção Nova, padre Willian Guimarães, explica que a Santíssima Trindade é formada por três pessoas distintas, mas que, em essência, são um único Deus em íntima comunhão. “A encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, que tem a mesma substância do Filho; então, o Pai e o Filho são o mesmo e o único Deus, e a missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho, procede do Pai, revela que este Espírito é Deus também, como o Pai e como o Filho.”

Por esse motivo, o Espírito Santo é adorado e glorificado também, assim como o Pai e o Filho, tornando-se o vínculo de comunhão dos dois. Da mesma forma, o sacerdote frisa que todo fiel católico é chamado a participar desta comunhão da vida divina com a Trindade. “A maior realização do homem consiste em entrar neste mistério de Amor que existe entre o Pai e o Filho no Espírito Santo”, comenta.

A Solenidade da Santíssima Trindade foi instituída, em 1334, pelo Papa João XXII. Contudo, este dogma foi constituído ainda no início da Igreja. “A Igreja percebeu a necessidade de estabelecer a sua fé nas três pessoas da Trindade, primeiro para se defender das heresias, mas também para se aprofundar no mistério revelado por Cristo. Então, nós devemos o dogma da Santíssima Trindade a um conjunto de santos e padres dos primeiros séculos, que foram estabelecendo a doutrina em torno da Santíssima Trindade, entre eles São Gregório de Nazianzo, Santo Agostinho e São Basílio”, sublinha padre Willian.

A Santíssima Trindade na vida do fiel

No dia a dia, o presbítero ressalta que Pai, Filho e Espírito Santo se fazem presentes principalmente através dos sacramentos. No batismo, o fiel recebe o dom da inabitação trinitária. Dessa forma, sua alma se transforma, passando a ser morada da Trindade. Padre Willian ressalta que “a pessoa do Espírito Santo que habita em nós traz consigo, de maneira inseparável, o Pai e o Filho”.

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O mesmo acontece com outros sacramentos, tudo se dá em nome da Santíssima Trindade: a confirmação no Crisma, o perdão dos pecados na Confissão, a comunhão com Deus na Eucaristia, e a preparação para a vida eterna na Extrema Unção, indica o sacerdote. A Trindade “é o fim último, e é nela que tudo começa na vida de um católico, na vida de um cristão”, disse.

Ele também comenta como é possível se relacionar com Deus Pai, Filho e Espírito Santo, desenvolvendo a comunhão com a Santíssima Trindade. Esse vínculo se dá, “sobretudo, a partir de uma vida interior sólida, uma vida de oração dialógica com Deus, um diálogo profundo com Ele, na Adoração, na vida litúrgica, principalmente na Santa Missa, e também em outras ações litúrgicas da Igreja”, aconselha o sacerdote.

Por fim, padre Willian recorda um dos principais sinais que todo católico faz relacionado à Santíssima Trindade: o sinal da cruz. Segundo o religioso, foi o sacrifício da cruz que introduziu os fiéis na vida da Santíssima Trindade. “É um sinal tão comum a nós, católicos, que nós fazemos sempre, em todas as orações, ações litúrgicas da Igreja, orações pessoais, que significa justamente isso: a nossa entrada na vida da Trindade, justamente pelo mistério pascal de Cristo”, conclui.

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