No Dia de Finados, é possível oferecer a indulgência plenária a um fiel falecido
Denise Claro
Da redação
Neste sábado, 2, a Igreja comemora o Dia de Finados. A data começou a ser vivida na vida monástica, por ordem de um abade, que decretou que o dia em seguida à Solenidade de Todos os Santos fosse dedicado à oração por todos os falecidos. Com o passar dos anos, as igrejas da região assumiram a prática, e por fim, a Igreja decretou a data a ser comemorada em todo o mundo.
Padre Wagner Souza, da Paróquia Santa Teresinha, em Seropédica (RJ), explica o Dia de Finados. “É preciso compreender que nós não morremos sozinhos. Nós morremos com Cristo, na Sua morte, a morte vira o fim. Por isso, aqueles que morrem, entram em plena posse da Vida Eterna junto com Deus. Então, antes de mais nada, o Dia de Finados não deve nunca ser compreendido como um dia de tristeza”, explica o sacerdote, ressaltando, porém, que nesse dia a liturgia da Missa utiliza paramentos pretos ou roxos, os instrumentos são apenas para sustentar o canto e os fiéis são orientados a viver um dia de recolhimento.
“Devemos entender que este dia nos leva a refletir, acima de tudo, sobre a finitude da existência humana e a plenitude da existência divina, que todos aqueles que morreram alcançaram pela Graça da Redenção pela Vida de Jesus Cristo”.
O padre lembra que todas as práticas de se dirigir aos mortos ou devoção aos mortos não é correta, mas o que acontece neste dia é a oração a Deus pelas almas dos que morreram.
Indulgências no Dia de Finados
No Dia de Finados, é possível receber as indulgências e aplicá-las a si e a algum falecido. Padre Wagner explica seu significado. “A indulgência é um ato que expressa a maternidade da Igreja. A Igreja, como mãe, nos concede a remissão das penas do purgatório através de um esforço humano. Algumas pessoas podem questionar esta simplicidade, perguntando: “mas é só isso?” Sim, porque é um ato de fé.”
Para recebê-las, em qualquer situação, é necessário que o fiel busque a confissão sacramental, participe e comungue na Santa Missa, e reze a oração do Credo, do Pai Nosso, da Ave Maria e do Glória ao Pai nas intenções do Santo Padre, tendo no coração o desejo de receber as indulgências.
Padre Wagner lembra que para se conseguir as indulgências, há momentos específicos, como aconteceu no Ano Santo da Misericórdia, no Jubileu do Ano 2000, ou quando são feitas visitas a Santuários ou locais determinados. Mas que, em qualquer ano, pode-se alcançar a graça das indulgências em algumas ocasiões, como no Dia de Finados.
“Por exemplo, se o fiel está em estado de Graça, cumprir os requisitos, ao receber a Bênção do Santíssimo Sacramento, ele pode lucrar as indulgências. Também na Sexta-feira Santa, ao participar da Adoração à Santa Cruz; no dia 31 de dezembro, último dia do ano civil, ao rezar o Te Deum; e no Dia de Finados”.
O padre ressalta que no Dia de Finados, o lucro das indulgências se dá de uma forma especial. “Somente neste dia, além de aplicar a indulgência a si mesmo, o fiel pode aplicá-la a um fiel defunto. Basta cumprir os requisitos e visitar um cemitério. E são oito dias de graça: pode-se aplicar a uma pessoa falecida por dia, de 1º a 8 de novembro, se o fiel participar da eucaristia em todos esses dias”.