VIOLÊNCIA

Oito são mortos após ataque à igreja Pentecostal na República do Congo

Pelo menos oito pessoas foram mortas e outras 30 foram levadas como reféns em um ataque em Baeti, que fica ao leste da República Democrática do Congo

Da redação, com Vatican News

Atrasos prejudicam a votação presidencial na República Democrática do Congo, em 2018 / Foto: Reprodução Reuters

Várias aldeias em Beni, na República Democrática do Congo, e arredores foram atacadas na terça-feira, 30, por homens armados que executaram civis com armas brancas.

Os ataques foram atribuídos às Forças Democráticas Aliadas, um grupo afiliado ao Estado Islâmico.

Cinco destes estavam em oração numa igreja que pertence à comunidade pentecostal branhamista. “Oito corpos de civis mortos pelos rebeldes da ADF foram depositados no necrotério” do hospital de Oicha, incluindo “cinco cristãos branhmanistas mortos durante o culto”, disse Nicolas Kikuku, prefeito da comuna de Oicha, uma cidade no território de Beni.

“Os inimigos executaram-nos”, frisou o autarca, acrescentando que várias outras pessoas estão desaparecidas. Darius Syahira, porta-voz da sociedade civil local, confirmou o ataque e afirmou que os corpos estavam no necrotério.

Trinta pessoas levadas como reféns

Outras fontes locais relataram que 30 pessoas foram feitas reféns pelos agressores, que são conhecidos por fazerem incursões no leste do Congo, onde queimam casas, matam moradores e saqueiam mercadorias.

No sábado, 27, outras fontes relataram a morte de 32 pessoas, incluindo cinco paroquianos decapitados numa igreja, durante ataques na região nordeste da República Democrática do Congo (RDC). Estes ataques também foram atribuídos às Forças Democráticas Aliadas (ADF) e ao grupo Estado Islâmico.

Instabilidade ocorre há mais de 30 anos

As províncias de Kivu do Norte e Ituri estão em estado de emergência desde 2021, uma medida que substituiu as autoridades civis pela administração militar para combater grupos armados.

Originalmente formada por rebeldes muçulmanos do Uganda, as ADF estão presentes no leste da RDC desde meados da década de 1990 e mataram vários milhares de civis.

Em 2019, os rebeldes juraram lealdade ao Estado Islâmico (EI), que os descreve como a sua “Província da África Central”. No final de 2021, após os ataques que lhes foram atribuídos no Uganda, Kampala e Kinshasa lançaram uma operação militar conjunta contra as ADF, denominada “Shujaa”, mas os rebeldes continuam as suas atrocidades. Em Dezembro de 2023, foram acusados de lançar dois ataques no oeste do Uganda, matando 13 pessoas.

A RDC, saindo de um período eleitoral tenso, viveu algumas semanas de calma nas suas províncias orientais, que enfrentam instabilidade crónica há mais de três décadas. No entanto, os ataques mortais foram agora retomados no território de Beni, onde cinco civis foram mortos em 23 de Janeiro num ataque reivindicado pelas ADF.

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