Papa recebeu em audiência os membros da “Congregação do Espírito Santo sob a proteção do Imaculado Coração de Maria”
Da Redação, com Vatican News
Na manhã desta segunda-feira, 8, o Papa Francisco recebeu em audiência a Congregação do Espírito Santo sob a proteção do Imaculado Coração de Maria. Conhecidos como espiritanos, os religiosos, representados por uma delegação, se encontraram com o Santo Padre por ocasião do aniversário de 175 anos da fusão de duas congregações religiosas que deram origem à atual.
A fusão aconteceu em 1848, por vontade do beato Pio IX, onde se uniram dois institutos religiosos: a Congregação do Espírito Santo, fundada pelo jovem diácono Claude-François Poullart des Places, em 1703, e a Congregação do Imaculado Coração de Maria, fundada pelo Venerável François Libermann em 1841.
Coragem, abertura e abandono à ação do Espírito
O Papa iniciou o seu discurso citando o versículo do livro de Isaías escolhido como guia para a congregação: “eis, faço novas todas as coisas” (Is 43, 19). Contudo, ele também recordou o versículo que abre o capítulo do mesmo livro: “Não tema, porque eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu” (Is 43, 1).
Leia também
.: Papa: liberdade e criatividade, não engaiolar o Espírito Santo
.: Papa na catequese: o Espírito Santo é “o motor da evangelização”
Segundo Francisco, essa passagem o remete à mão de Deus que acaricia o povo, e é um bom ponto de partida para refletir os valores fundamentais do carisma da Congregação: coragem, abertura e abandono à ação do Espírito para fazer algo novo. Retomando a história da “primeira fundação”, o Pontífice falou sobre o testemunho de Claude-François:
“Muitos imprevistos, que, no entanto, a sua docilidade à ação do Espírito transforma em corajoso ‘sim’, graças ao qual Deus começa cada vez algo novo nele, e através dele também nos outros”.
Abrir-se à ação do Espírito Santo
A partir desse exemplo, o Papa indicou como essa moção se confirmou com o serviço que permanece até os dias de hoje, com todos atentos e prontos para responder aos sinais dos tempos. Depois, ainda houve a união com os irmãos da segunda congregação. “Certamente foi necessário vencer medos e ciúmes, e os irmãos das duas famílias aceitaram o desafio, juntando forças e partilhando o que tinham num novo começo”, afirmou.
Atualmente, a Congregação conta com cerca de 2600 religiosos espalhados pelos cinco continentes, sem contar o envolvimento dos leigos. “Graças à sua vontade de mudar e à sua perseverança, permaneceram fiéis ao espírito das suas origens: evangelizar os pobres, aceitar missões onde ninguém quer ir, dando preferência ao serviço aos mais abandonados, respeitando povos e culturas, formando clérigos e leigos locais para o desenvolvimento humano integral, tudo na fraternidade e simplicidade de vida e na oração assídua”.
Firmes na oração
Francisco então pediu que os religiosos não deixassem de rezar e se mantivessem firmes na oração. Ele explicou que este carisma, em um mundo desafiado pela urgência da interculturalidade e da inclusão, é precioso para a Igreja. “Por isso lhes digo: não abram mão da sua coragem e da sua liberdade interior, cultivem-na e façam dela um traço vivo do seu apostolado”, exortou.
O Papa também alertou para que não se esqueçam dos necessitados, tocando em suas mãos e fixando o seu olhar no olhar deles, lembrando sempre da necessidade de se entregar ao Espírito Santo. “Deixem que ele os ilumine, os oriente, os empurre para onde ele quiser, sem impor condições, sem excluir ninguém, porque é ele quem sabe o que é preciso em cada época e em cada momento”, concluiu Francisco.