Audiência com esportistas

Praticar esporte por paixão, não só visando a competição, exorta Papa

Discurso de Francisco abriu atividades do primeiro Simpósio Internacional de Tênis e Padel na Itália; Pontífice destacou papel educador dos professores e o bom espírito competitivo

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco é presenteado pelo presidente da Federação Italiana de Tênis e Padel, Angelo Binaghi / Foto: REUTERS/Max Rossi

Neste final de semana, acontece o primeiro Simpósio Internacional de Tênis e Padel na Itália. Contudo, a abertura do evento se deu sob circunstâncias muito especiais: os participantes foram à Sala Paulo VI, no Vaticano, para se encontrar com o Papa Francisco e ouvi-lo.

Em seu discurso, o Pontífice destacou a presença de tantos jovens e professores, provenientes de cerca de 30 países diferentes. Iniciou falando sobre a dimensão formativa e educativa do esporte, afirmando que “o professor de tênis ou padel, de fato, além de técnico, é também (e diria acima de tudo) um ‘educador’”.

Atacar e defender, equilíbrio que educa

Francisco encorajou os professores a prosseguirem neste caminho, e propôs uma reflexão: o bom jogo surge da boa dinâmica estabelecida entre ataque e defesa. Da mesma forma, prosseguiu, a jornada educativa demanda o equilíbrio entre risco e prudência.

“Um professor que concentra todo o seu ensinamento no ataque, ou na defesa, deixa seu pupilo ‘defasado’ no outro aspecto. É interessante desenvolver essa comparação e encontrar as semelhanças com a educação da personalidade”, explicou o Papa.

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Da mesma forma, um bom educador sabe dosar bem o risco e a prudência. Sabe arriscar ao permitir que seu aluno tenha uma experiência nova, que se acredita o fará crescer. “O risco deve ser sempre proporcional e acompanhado. O jovem deve se sentir livre e, ao mesmo tempo, não abandonado. Os pais ou educadores que, para proteger a criança, a fazem evitar quaisquer imprevistos ou resolvem todos os seus problemas, não a deixam crescer”, alertou Francisco.

O Santo Padre indicou que esse comportamento não se trata de prudência, mas sim de medo da realidade e egoísmo possessivo que não faz bem ao aluno. A verdadeira prudência é como uma boa defesa, que é outra forma de ataque. “A prudência na educação é essencial para avaliar adequadamente as situações, em relação ao potencial do menino e da menina”.

Competição lúdica

Prosseguindo, Francisco citou uma outra dimensão do esporte. Por se tratarem de jogos, tanto o tênis quanto o padel, segundo o Pontífice, não podem perder sua ludicidade. “A competitividade é boa se não tirar essa dimensão lúdica. Se, por outro lado, prevalecer a dinâmica da competição, esta desencadeia diversas formas de egoísmo que acabam por arruinar a prática desportiva, de forma a deixar de ser educativa, muito pelo contrário”, declarou.

Por conta disso, o Papa assinalou que não se pode perder o amadorismo no esporte. Porque, quando o esporte perde este aspecto amador e se concentra apenas em outros interesses, perde a beleza e se torna um comércio. “Tenham sempre isto presente: que o meu ténis, o meu padel, sejam sempre amadores; como amadores, não percam esta dimensão”.

Finalizando, Francisco agradeceu a todos os participantes do Simpósio pela presença e os exortou a seguirem em frente, mantendo risco e prudência, ataque e defesa juntos. E, como de costume, pediu que não se esquecessem de rezar pelo Santo Padre.

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