Festa da Igreja

Nossa Senhora Rainha: realeza fruto da humildade e servidão, diz padre

Doutor em Mariologia, padre Adilton comenta a festa de Nossa Senhora Rainha celebrada pela Igreja nesta terça-feira, 22

Julia Beck
Da redação

Pintura de Nossa Senhora Rainha /Foto: Divulgação Cléofas

Sete dias após a celebração da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, a Igreja celebra nesta terça-feira, 22, Nossa Senhora Rainha. Doutor em Mariologia, padre Adilton Pinto Lopes ressalta que este título de Maria deriva da tradição que diz que a mesma foi acolhida no céu, na glória de Deus, e coroada pela Trindade Santa como Rainha do Céu e da Terra. “Há muitos ícones orientais que mostram Jesus coroando a sua própria mãe”, conta o presbítero.

A realeza de Maria, afirma o sacerdote, é consequência da realeza de Cristo. “A fé católica declara Jesus Rei do Universo, sendo assim, se Maria é sua mãe, a realeza da Virgem começa a partir do momento em que se tornou mãe de Deus”, frisa.

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“Afirmamos que a Virgem Maria foi coroada no coração e no útero. Como já dizia Santo Agostinho, antes de Maria conceber Jesus em seu útero, pela fé concebeu Jesus em seu coração. Sua realeza em nada tem a ver com os reis e rainhas deste mundo, (…) muito pelo contrário, no Magnificat, Nossa Senhora se declara serva, e viveu servindo a Deus. Foi Ele quem a fez rainha, glorificando-a e exaltando-a como fruto de sua humildade e da sua crença fiel na Palavra de Deus”.

Uma realeza que não é distante

Padre Adilton reforça que não se deve ter a imagem de que a Mãe de Jesus está no céu “com um cetro ou uma coroa”. A coroa de Maria, continua, “são suas virtudes, sua santidade”. Sendo assim, o sacerdote sublinha que a realeza é uma linguagem simbólica que ajuda a pensar do ponto de vista espiritual e incentiva a humanidade a se unir a Nossa Senhora para que, diante de Deus, ela possa interceder pela paz e pela justiça.

O presbítero recorda então uma fala do Papa Francisco de 2017, em mensagem pelo 300º aniversário da coroação de Nossa Senhora de Częstochowa na Polônia, na qual frisou: “Maria não é uma Rainha distante, sentada num trono, mas a Mãe que abraça o Filho e com Ele todos nós, seus filhos. É uma Mãe verdadeira, com o rosto marcado, uma Mãe que sofre porque se preocupa com os problemas da nossa vida”.

Rainha da paz

Na oração dedicada a Nossa Senhora Rainha, há a seguinte frase: “Voltem-se os governantes do mundo para ela e o seu cetro fará triunfar a causa do bem, com o triunfo da Igreja e do Reino de Deus”. Padre Adilton frisa que esta prece ajuda os católicos a pensarem na ação de Maria em favor da paz.

“Que nós também nos voltemos para a paz. Que sejamos, a exemplo de São Francisco, instrumentos da paz e do bem. (…) Que nós trabalhemos para que a paz, a justiça e, sobretudo o amor, sejam uma realidade, não uma fantasia”, pontua.

O sacerdote sublinha que, do céu, Nossa Senhora não permanece longe dos sofrimentos dos seres humanos, não está distante do choro, da angústia, das dores, intempéries e das guerras. “Maria Santíssima Rainha também é Rainha da Paz. Ela deseja a reconciliação entre os povos. (…) Deus não nos criou para vivermos em guerra, tendo Deus como Pai deveríamos viver como irmãos que se amam. O coração de Jesus é um coração de amor, o coração de Maria é um coração de amor”.

“Maria sofre ao nos ver uns contra os outros, a guerra e o terrorismo se espalhando, as drogas e tantas outras aberrações. Ela intercede a Cristo para que nos convertamos e construamos uma sociedade nova, uma humanidade nova baseada na justiça, no amor e na paz”, salienta o doutor em Mariologia.

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