Ataques à Igreja

Manifestantes ateiam fogo em uma igreja cristã no Níger

Uma igreja protestante foi queimada após a prisão de um líder muçulmano, aumentando assim as diferenças religiosas no país

Da redação, com Vatican News

Manifestantes colocaram fogo em uma igreja da Assembleia de Deus, na cidade de Maradi, no Níger, como um ato de retaliação de manifestantes que se colocaram contra a prisão de um líder islâmico.

Testemunhas disseram que viram jovens montando barricadas na estrada e queimando pneus. A igreja foi queimada após um influente líder islâmico da mesquita de Zaria ter sido preso no sábado, 15. Ele foi acusado de criticar um projeto do governo sobre a organização do culto no Níger “anti-islâmico” na sexta-feira, 14.

A polícia, porém, libertou-o no domingo, 16, à tarde. Disseram ainda que o acusado também se retratou com relação às críticas que fizera.

Em uma mensagem, logo após o acusado ter sido liberado, o líder islâmico pediu para que seus apoiadores parassem com as agitações pela cidade, ressaltando que o Islã não apoia este tipo de atitude.

Um convite à perseverança

Os bispos do Níger e Burkina Faso denunciaram recentemente as estratégias usadas por terroristas para causar medo na população e por semear os conflitos nas comunidades, além dos conflitos inter-religiosos.

Convidaram particularmente os cristãos a perseverar nas preces e intensificar as medidas de prudência e vigilância, seja em nível individual ou comunitário, num clima que celebre a fé e a esperança.

O texto relativo à prática religiosa deve ser discutido no Parlamento nesta segunda-feira, 17.

Um dever a cumprir

Após um encontro entre o primeiro-ministro e os líderes de organizações muçulmanas, o ministro da Educação disse que nenhuma ação será tomada contra o islã e ressaltou: “temos o dever de proteger outras religiões”.

O Ministro do Interior nigeriano disse que o principal objetivo da implementação desta lei é “impedir os abusos defendidos por organizações terroristas”.

Violência em curso

O Níger é um país predominantemente muçulmano, com apenas 1% a 2% de cristãos numa população com mais de 20 milhões de habitantes.

O país já experimentou sérias agitações por conta das diferenças religiosas. Após a publicação de caricaturas do Profeta Maomé pelo periódico francês Charlie Hebdo, em 2015, uma onda de violência anticristã deixou dez pessoas mortas em Niamey e destruiu a maior parte das igrejas na capital e em Zinder, a segunda maior cidade do país.

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